Nosso comentário:
A rapaziada da política parece não querer decidir-se assim espontaneamente e com verdade verdadinha saída dos dentes, pelo programa cautelar.
Assim sendo, e até nos dizerem com alguma verdade as linhas com que nos cozeremos no presente e no futuro vamos passando o tempo da melhor maneira que pudermos.
A única certeza que temos, que é visível aos olhos de todos é que estamos todos mais pobres do que já estivemos, exceto alguns.
Vê-se no recibo do ordenado bem mais magrinho.
Vê-se nas lojas da nossa zona cada vez a aguentarem-se, as que não fecham, com mais dificuldades.
Vê-se na juventude que enchia esplanadas de cafés pela tardinha cada vez mais ausente, creio que no estrangeiro.
Vê-se nos rostos tristes dos mais idosos cujo futuro já de si matematicamente mais curto que o dos outros, agora agravado pela perseguição furiosa da governação...
Apesar disso, há que nos agarrarmos ao que tivermos à mão, ir aproveitando cada dia da melhor maneira possível com as valências com que a natureza nos brindou.
Mais não podemos fazer porque não está na nossa mão.
Deixo-lhes hoje uns poemas com sotaque, de uma província de Portugal que dá pelo nome de Alentejo. Terra plana, vasta, dada a riquezas mil: trigo, cortiça gado bovino, suíno, reservas minerais, etc. célebre também pela sua cultura própria, um canto típico, poemas satíricos.
É destes últimos que lhes dou um cheirinho, aproveitando a oportunidade para agradecer a quem mos enviou via e-mail.
Oxalá os leitores menos habituados a este português com sotaque alentejano, designadamente os amigos brasileiros, consigam compreender esta poesia alentejana bem brincalhona e mordaz.
Oxalá a compreendam e se divirtam.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
Poesia popular alentejana
Atirê um limão rolando...À tua porta parou...Depois fiquei pensado...Será que o cabrão se cansou???
À entrada da tua porta plantê
Um raminho de hortelã!
O qué qui achas desta quadra
Hãããã???
Subi a um êcaliptre
com o tê retrato na mão
Desencaliptrê-me lá de cima
Malhê com os cornos no chão!!!
Perdi a minha caneta
Lá prós lados da várzea
Se lá fores e a vires....
"Trázea!"
Ê vi-te no tê jardim
Andavas colhendo hortelã
Ê cá gosto de ti
E tu hãããã???
Subi acima duma árvori
Para ver se te via,
Como não te vi,
Desci-a.
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