Vida difícil, resistência corajosa, chão mais seguro ou mais escorregadio, tudo se desenrola paulatinamente, os factos bons ou maus sucedem-se a uma cadência imperturbável.
O tempo marimba-se nisso.
Nesse tempo imperturbável a vida já por si é inata em violência, nós seres humanos torna-mo-la ainda mais violenta: as atitudes pessoais, os midia sem contemplações para divulgarem um holocausto qualquer, as guerras, as injustiças, a violência doméstica, etc etc.
Hoje, GREVE GERAL NO PAÍS PORTUGAL, direito que assiste a um povo livre, QUE CHAMA A ATENÇÃO PARA OUTRO TIPO DE VIOLÊNCIAS, relembro um poema que teima em permanecer no "top 10" do blogue: BULLYING, incluído no meu livro: "CRÍTICOS AVULSO"
BULLYING
Quando não há grego ou romano
nem francês
nem russo ou português
para chamar o nome certo à coisa
há agora o inglês
chamam bullying à ocorrência
que se passa na rua no bairro
na escola
terrífica violência
puto que leva na tola
sem clemência
física ou psicologicamente
a lei da selva entre nós
a infernizar a existência
afinal de contas como sempre foi
a diferença
está no mediático tratamento
na pecuniária valência
que uma história tem
recheada de violência
a tiragem aumenta
e amplia-se a audiência
sempre que a desgraça aumenta
só o termo é novo
por inglês
que não a violência
e bem divulgado pronunciado
nas redacções nas televisões
leva até a parecer
o que não é
e choca mais os corações
lembro outro tempo
os zés caricas
os balas malha rijas
rapazes de escola mal trajados
roupas velhas
com ossos e côdeas por merendas
bolsos e mãos cheias de navalhas
rudes pobres
que viviam entre cães de gado
pedras
terra fria agreste seca
de charrua enxada e de cajado
pobres rapazes obrigados
a frequentar escola um ror de anos
sem vontade nem resultados
tudo lhes temia o aspecto
as tropelias
meio selvagens como eram
assustados assustavam os putos finos
em idade pequeninos
no jeito mais amaneirados
davam ameaçavam violentavam
no recreio nas latrinas
em toda a parte
na sala de aula era o que se via
professores incompetentes
maus
faziam voar palmatórias varapaus
em castigos requintados
variados
nada então era mediático
violência três em pipa
levava-se apanhava-se
sem se saber de onde caiam
e ninguém se queixava
assim se crescia se adoecia
ou se morria
agora ao menos há democracia
que não havia
e uma palavra nova
bullying
da galáctica língua que domina
o hoje em dia
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In "CRÍTICOS AVULSO (o bota abaixo no mediatismo)" de António Esperança Pereira, Bubok editora, http://lusito.bubok.pt
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Um óptimo resto de semana.
Saudações afectuosas,
António E. Pereira
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gostei do poema.......
ResponderEliminarAnónimo obrigado pelo comentário, ainda bem que gostou! volte sempre.
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