
Crise crise crise
enchem-se folhas de jornais
dizem-no as línguas quotidianas
telejornais
grita-se nas ruas
há greves em escolas
hospitais
mais:
justifica nos políticos
de todos os quadrantes
intervenções especiais
crise crise crise
manda-se apertar o cinto
o crude aumenta
eu com um ponto de interrogação
em uma mão
outro de admiração
na outra
saio à rua
para ver se a sinto
amplas avenidas auto estradas
repletas
veículos nelas
de todas cilindradas
centros comercias
de todos os tamanhos
lojas restaurantes esplanadas
tudo cheio!
gente produzida
bem arreada…
estádios de futebol
espectáculos a granel
fãs chorando desmaiando
pelos “Tokio hotel”
tudo requerendo imenso carcanhol
crise crise crise
empréstimos baratos
inflação zero
mãos pequenas
para segurarem tanto “tenho”
e tanto “quero”
telemóveis internet
lcd’s consolas dvd’s
último grito da moda
ipad ipod
em fila de espera já se vê
produtos a sobrar
tudo a preceito
viagens caras a esgotar
crise crise crise
por este andar
se vier o dia
em que o tanto que há
de verdade mesmo
for faltar
se houver uma crise
daquelas reais como a realidade
que se ponha em mão cidade
uma charrua
uma enxada
pele calejada
um sobreviver soterrado
de mineiro
poeira de pedreira
cinzas de guerra
míngua de dinheiro…
esta gente que ora grita
“crise crise crise”
vai decerto se suicidar!
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