
Compara-se aldeia com cidade
inculto com letrado
inabilidade com habilidade
resulta disso pessimismo atroz
que eleva os outros
nos rebaixa a nós
país de rima
mas com parca auto estima!
temos políticos famosos
especialistas
escritores
pensadores futebolistas
treinadores actores
fama de bons trabalhadores
uma revolução dos cravos!
só que herdámos
uma cruz um cemitério
um rosário de amargura
um triste império
uma ideia sem critério
isolada desolada
que perdura
não entendemos das coisas
que fizemos
a grandeza
mas a sua pequenez
só saudade e vil tristeza!
faz falta meditar rezar
de quando em vez
até chorar
quando a força humana nada pode
contra a natureza
mas acontece o mesmo em todo o lado
no mundo português e no resto do mundo
com o Peter dos outros
e com o nosso Pedro
com a Mary Ann dos outros
e com a nossa Ana Maria
tanto carpir porquê?
dizer mal de nós porquê?
ter olhos na cara e todos os sentidos
e não querer ver ouvir sentir
mudar
porquê?
estas as perguntas que eu faço
em dia de natal
ao povo português
olhai bem para vós
pois a terra que está aqui e que habitais
é boa pródiga liberta
testemunho lar de ancestrais
avós
orgulhai-vos dela bem babados
na filhós
nos sonhos
nas fatias douradas
no copo de vinho
na língua que falais
Tratado de Lisboa
Europa mais
Portugal encostado ao atlântico
a um passo dos Urais!
Gostei António. O sucesso só vem quando se acredita nele.
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