sexta-feira, setembro 04, 2009

aves agoirentas


Aves agoirentas fantasmas do passado
país habituado a lamúrias mais lamúrias
povo bravo sem merecer um tal castigo

querem-no medir por baixo
só ver feridas
descobri-las nem que estejam escondidas
fazer delas um pérfido estandarte

quando há dor e onde a há
há que a cuidar com devido tratamento
não a aproveitar
para ser rei de barriga cheia
usando e abusando de um povo em sofrimento

pobres e analfabetos
nos chamam políticos ineptos
a tantos de nós perdidos na lonjura
no pouco acesso herdado
à cultura
na pouca obra ousada
por eles legada

ingenuamente em vez de pedirmos contas
a tais senhores
pelas afrontas
acreditamos ser piores

procuramos nos outros que encontraram
o que há também em nós e não achamos

e emigramos

deixem o leme arautos da desgraça
curem vosso mal herdado de raiz
de um país entendido por sem graça
e sem qualquer merecimento

e que os que gostam dele e que acreditam
o reponham grande como ele é

rectangular insular europeu atlântico
equilibrado
Portugal aberto dado modernizado
habitado por tal gente
que povoou ilhas continentes
e que em meu entendimento
é o centro geográfico do mundo

Sem comentários:

Enviar um comentário

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...