
Aves agoirentas fantasmas do passado
país habituado a lamúrias mais lamúrias
povo bravo sem merecer um tal castigo
querem-no medir por baixo
só ver feridas
descobri-las nem que estejam escondidas
fazer delas um pérfido estandarte
quando há dor e onde a há
há que a cuidar com devido tratamento
não a aproveitar
para ser rei de barriga cheia
usando e abusando de um povo em sofrimento
pobres e analfabetos
nos chamam políticos ineptos
a tantos de nós perdidos na lonjura
no pouco acesso herdado
à cultura
na pouca obra ousada
por eles legada
ingenuamente em vez de pedirmos contas
a tais senhores
pelas afrontas
acreditamos ser piores
procuramos nos outros que encontraram
o que há também em nós e não achamos
e emigramos
deixem o leme arautos da desgraça
curem vosso mal herdado de raiz
de um país entendido por sem graça
e sem qualquer merecimento
e que os que gostam dele e que acreditam
o reponham grande como ele é
rectangular insular europeu atlântico
equilibrado
Portugal aberto dado modernizado
habitado por tal gente
que povoou ilhas continentes
e que em meu entendimento
é o centro geográfico do mundo
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