
Os teus olhos fulminantes
vêem a cada esquina a cada canto
coisas lindas fascinantes
não param de descobrir
novos contornos
por intensos
coração que se adivinha quente
que mal dorme
de impaciente
prenhe de sonho em lume ardendo
peito arfando caçando querendo
voo de ave sedenta de alimento
que ora se perde na intenção
de comer em mundo grado
ora fica seca inóspita na desilusão
paisagem real do sonho bem diferente
em mais carência ou mais fartura
voa sempre ave sedenta
equilibra só a intensidade de comer
para não morrer
retorna depois ao teu pombal
ao teu regaço a descansar
fica nele percorrendo o pormenor
vivendo perto e dentro o acolhimento
tentando dentro de ti recuperar
se a inquietação continuar
o desequilíbrio arrepiante de muito amar
sem sossego na procura de alimento
aceita esse coração grande
e continua a voar
no espaço errante
que outros como tu hás-de encontrar
com a mesma fome a mesma sede
e com eles um enorme continente
em saciedade hás-de criar
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