
Que dor pesada que te move amigo
que felicidade estranha
assente no passado andado
onde um qualquer brilharete
fez de ti a estrelinha do recreio
que somatório de aplausos idos
ego ampliado te mantém
nessa couraça intransponível
onde nada progrediu
a não ser o envelhecimento
de anos
ouço-te agora as mesmas coisas
que dizias antes
as mesmas convicções fechadas
gastas ultrapassadas
a mesma falta de espaço
para alguém ser também
existir crescer contigo
só cabe em teus ouvidos
quem te ampara o ceptro
quem aguenta em sofrimento
ou compaixão
a tremenda vontade de dizer
NÃO
e virar-te as costas
a ti e á tua razão
que medo tens de perder
o que agarraste
que resistência enfadonha
á moda á novidade
ao hoje que nasce a cada dia
como não consigo
caminhar com quem não quer andar
e porque é vital para mim
e meus anseios
continuar a caminhar…
terei de deixar-te amigo
nesse caminho antigo
lama botas e tamancos
de onde saí um dia
e para onde não quero voltar
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