sexta-feira, abril 18, 2008

toca-me


Havia horas que falavas
eu ouvia também falava às vezes
a certa altura o meu olhar
via mexer os teus lábios
já não te ouvia falar
fiquei no silêncio interior
na alma em chamas
tu ainda no ruído das palavras

hipnotizado num estado energético sublime
disse o teu nome estendi-te a mão
pedi-te

TOCA-ME

tu paraste de falar escancaraste o olhar
e fixaste-me
a minha mão estendida
jazia suplicante pertinho da tua
insisti com um leve aceno de cabeça
quase tocando com o queixo o peito

TOCA-ME

houve uns instantes tensos eléctricos
ansiedade luta quietude misturadas
tu olhaste inclinaste o rosto o corpo
ficaste linda
podias ser Nossa Senhora
uma Deusa uma mulher enamorada

com os dedos perfeitos macios sensíveis
tocaste-me a mão depois o rosto
accionaste em mim a brandura do corpo
a respiração

o ambiente tenso encheu-se de esperança
parámos o chorrilho de palavras disparadas
rimos e chorámos de mãos dadas
longamente
como duas crianças tontas

Sem comentários:

Enviar um comentário

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...