sábado, setembro 15, 2007

uma pomba uma andorinha

Tenho idade para não me equivocar
para viver o sonho sem acreditar
para olhar para ti tão simplesmente
como pomba que pousa num beiral
uma andorinha
até alguém a assustar

só um instante naquele lugar
o teu lugar
depois partir
aceitar
que o lugar passou
que outro alguém apareceu
para o ocupar

mas seria injusto não admitir
que vou ali só para te ver
que vou e venho
volto a ir e volto a vir
como o sol como o dia como a noite
afinal como tanta coisa que existe

ainda bem que contigo a esperança de voltares
subsiste

por isso não tenho que ficar triste
como se fica quando alguém parte
e não volta mais

mas sou eu que sou assim
exigente impaciente

e quando te tenho ao pé de mim
neste vai vem que faço
fico tão diferente

que tenho que dizer para mim
sem to dizer

que preciso de ti

que ao menos de quando em vez
venhas e pouses no beiral
que fiques nele
até eu aparecer para te ver

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