sexta-feira, setembro 07, 2007

equívoco na esplanada

Estava quente era manhã já alta
eu não era suposto estar ali
mas estava
soprava uma suave brisa na esplanada
eu aproveitava
pondo o rosto na direcção da brisa
cerrando os olhos

por um lado para aliviar a pressão
da dispersão que me rodeava
por outro para fazer bem a uma enxaqueca
sobrada da noite mal dormida

consolado
revirando o rosto aliviado
abri lentamente os olhos

e na minha frente sem esperar
sol e pátio e flores e risos
um vestido liso
solto e fresco
emoldurado de um sorriso

um rosto de mulher quase descalça
com os pés nus numas sandálias leves
em jeito livre que eu bem conhecia
linguarejar diferente
como é cada vez mais frequente
nesta Europa

encontrei os olhos dela
e em espelho projecção do pensamento
vi-os chamar meu nome que tivera dantes

fiquei nela quanto pude ficar pois estava acompanhada
mostrei-lhe os sítios todos do meu sítio
prometi-lhe tudo dei-lhe tudo
fui todo dela no instante breve
amei chorei fui o impossível
tive ciúmes quase morri
até o namorado a levar dali
provavelmente para nunca mais a ver

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