Pelas frestas das janelas
pelas ombreiras das portas
por todos os espaços entreabertos
da casa austera de família
entravam sons que incomodavam
megafones algazarra
liberdade liberdade
gritava-se
penso que as telhas velhas do telhado
o caruncho dos cantos altaneiros
os móveis tão antigos
a escadaria
que leva ao pátio ao jardim à fonte
ao portão magnânimo de ferro
ladeado de leões
tremiam
terramoto vendaval nomes antigos
que deixavam de fazer sentido de repente
gestos aprendidos que acabavam
mordomias chapeladas elitismos
o lado de dentro e o lado de fora divididos
tive a sensação ali
abrindo mais e mais uma fresta da janela
aumentando assim os decibéis da algazarra
e espreitando a multidão emoldurada de bandeiras
que ou ficava ali com uma razão velha
ou vencia a fronteira os pergaminhos
e ia para a rua
aprender a viver de outra maneira
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assenta-me que nem uma luva. Parabéns lusito;)
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