domingo, março 18, 2007

vulcão por explodir

Eu amo-me nos teus olhos cintilantes
fico
na coragem que transmites

num gesto automático aceno não
gesto que não quer dizer que não
apenas um hábito céptico
assim como quem olha para ti
acha demais
e não acredita que o sonho às vezes acontece

uma flor porque é flor
pode cheirar-se
apreciar-se tocar-se despir-se
pegar nela e pô-la onde se quer

mas tu mulher
beleza flor atracção maior
como fazer-te o que se faz a uma flor

apetecia mandar-te estes versos perguntar-te
aguardar que me ensinasses a resposta
como me ensinaste a dizer sim
um sim ridículo eu sei
mas em onda rubor de confiança
ele fez parecer tudo possível
quando o disseste olhando linda para mim

passei amor por ti passei afecto
pus a minha alma toda no teu rosto
e o teu corpo sentia
porque eu via que sentia
tremia oscilava encolhia

eu só queria ser bom sentir o tacto
extravasar um pouco do vulcão adormecido
chama tanta ternura por explodir

e consegui devagarinho
em espaço tu tão receptor de chama e ansiedade
que um buraquinho abrisse fendesse
soltasse lava incandescente
quando os meus dedos se apuravam em ti
de cima abaixo

que bom partilhar um poucochinho
o fogo fechado que atrofia a gente
e dá cabo do coração

essa chama desejo história pessoal
que ficará gravada em mim
com o teu nome
a que chamarei vulcão
(por explodir)

1 comentário:

  1. podias dizer quem inspirou versos tão bonitos!!!??? va n atrofies...

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