quarta-feira, janeiro 13, 2021

Que assim seja!



Nota breve do autor do blog: Faz tempo já que a pandemia COVID19 nos apoquenta. Mais do que apoquentar, consegue mexer com tudo o que a vida era até antes dela. Tivemos que nos ir adaptando a uma nova maneira de fazer tudo. E são alguns pormenores dessa nova maneira de se fazer a vida que vêm inspirando algo do que escrevo. Hoje é mais um texto desses que partilho no blog, em que sucintamente tento retratar coisas do dia a dia lixado que passamos a ter. Oxalá esta onda nos deixe o mais depressa possível, e que as vacinas possam ser uma preciosa ajuda na cura do pesadelo. Que assim seja!

Fiquem bem,

António Esperança Pereira


Vida atribulada

 

Ás vezes quase se arrebenta

Remexe e muito a mona

Com tanto confinamento

Por necessário que seja

Confesso que não aguento

Tenho de vir escrever

Debitar no exterior

O que sobra no interior

Tudo feito à pressa

A comer e a beber

A vender e a comprar

A fugir de que se gosta

Corrido de onde estou

E mesmo sem estar em guerra

É hora de recolher

Entope-se-me a garganta

Na pinga de água gelada

Na fila onde inda estou

Vem alguém em contramão

Logo se arma discussão

Na fila assinalada

É peão e mais peão

Tudo de cara tapada

Ai que vida atribulada!

 

António E. Pereira

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