Ficam dois poemas meus, com os desejos de Boas Festas para todos.
António Esperança Pereira
Sociedade irreconhecível
Olham-se
os corpos de passagem
Sempre
longe de soslaio fugidios
Parece
a quem os vir
Que
não se querem
Parece
a quem os vir se afastarem
Que
algo se passa sem se ver
Que
algo irreal há nesse viver
Pois
corpo de humano
Nasceu
para se querer…
Só
pode ser lição
Ou
castigo ou perdição
O
que está a acontecer
Um
chega para lá
Sem
humanos se tocarem
Perigoso
o beijo
Se
o trocarem
Proibido
amar se se amarem!
E
sofrem os corpos
Vidas
adiadas
Corações
aos trambolhões
Vidas
separadas
E
nesta lição ou castigo a milhões
Tantas
e tantas vidas acabadas.
Lisboa hoje
Anima
um pouco o sol
Hoje
dezembro
Minha
lisboa
Desenvolta
e linda
Num
vaivém que não desanima
Apesar
de um tempo triste
De
verdade
O
mundo todo a ameaçar morrer
Lisboa
vida mulher varina
Marcha
popular
A
trabalhar a curar
Anda
desanda ciranda
E
se há esmorecimento
Persiste
resiste
E
não desiste
Olho
o movimento
Uns
para cá
Outros
para lá
Lisboa
com ou sem rima
Lá
vai lá vem
Às
vezes frágil
Quase
sempre forte
Capaz
de lutar
Enfrentando
a sorte
Até
a morte
Tejo
abaixo tejo acima
Norte
sul este oeste
Em
cada esquina
A
valentia de varina
O
amor de namorada
Num
fundo poético
Sempre
a murmurar
Gente
rio céu e mar.
António Esperança Pereira
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