terça-feira, dezembro 01, 2020

Bombardeamento e Recolher Obrigatório

Foto ilustrativa retirada ao acaso da Internet

Dois poemas de minha autoria que constarão seguramente de publicação futura. Com estes e mais alguns ficarão registados os tempos incríveis por que todos passamos. Tempos estes que não passariam pela cabeça de ninguém que poderiam aparecer assim do pé para a mão. Da noite para o dia. Mas a vida é assim, imprevistos sempre nas curvas do caminho. Este é mais um. Espero que a humanidade em conjunto o consiga ir ultrapassando.

Fiquem bem,

António Esperança Pereira

Bombardeamento


Não não há bombardeamento

É sábado treze da tarde

E num ápice

Nem pinga de movimento

Tudo jaz quedo e calado

Dez pessoas não mais

Isoladas e à vez

Recolhem a suas casas

Têm máscaras na cara

É desconforme o andar

Parecem um tanto assustadas

É tempo de “toca a andar”

Já vão um pouco atrasadas

Isto ás treze da tarde

Sábado Lisboa cidade

Decretado recolher

E não há tempo a perder            

Faz impressão a velocidade        

Nesta fuga sem alarde

Cada um para sua casa

Evidenciando o temor

Sem ocultar a dor

Da solidão que não passa.


António E. Pereira

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Recolher obrigatório

 

Hora de tempo parado

Ninguém nas ruas desertas

Em frente à minha janela

Pululam uns passarinhos

Na árvore nua mas bela

Outono folhas caídas

Outono na minha janela

Outono nos corações

Também nas preocupações

Os dias ficam pequenos

Foram-se do verão ilusões

Agora à porta do inverno

Sem se ver o fim do inferno

Crescem as lamentações.


António E. Pereira


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