Acabo de passar alguns dias, poucos, por terras da "nossa" Europa.
Daí a justificação para a ausência das minhas atividades do dia a dia, designadamente nas que concernem à Internet (blogue, redes sociais, etc.)
Quanto à Europa, digo "nossa", porque, quer queiramos quer não, é o Continente que nos viu nascer, a nós, países nela localizados, que acolheu o nosso SER neste mundo.
Devemos-lhe essa grande oportunidade de termos um lugar para desfrutar na vida terrena.
Tem sido efetivamente um Continente com um passado de divisão, de lutas, de guerras, de histórias nacionais paralelas…um espaço dividido como o são as terras agrícolas do meu país, Portugal, onde predomina a pequena propriedade, sobretudo no norte.
Isso não tem ajudado à comunhão de interesses, a uma solidariedade no desempenho das diversas atividades, nem sequer a uma melhor rentabilidade dos espaços.
Assim tem sido e é ainda a Europa. Um espaço grande mas dividido em múltiplos espaços pequenos, cada um virado para si mesmo.
Todavia, grandes passos foram dados nas últimas décadas para contrariar esses "pequenos mundos nacionais" com interesses peculiares e divergentes.
Aboliram-se fronteiras, facilitando uma melhor circulação de pessoas e bens. Quanto às pessoas do Espaço Europeu (UE) podem nele circular com um idêntico bilhete de identidade. A moeda unificou-se e, embora traga alguns problemas pontuais, na verdade facilitou e muito a convergência dos povos nas tarefas e relacionamentos do seu quotidiano.
Hoje pode caminhar-se por este Espaço Europeu e são visíveis as semelhanças em quase tudo: na paisagem humana, na paisagem comercial, no parque automóvel, na sinalização dos espaços, na cultura e estilo de vida, nos valores da liberdade e da democracia, etc etc etc.
O europeu sente-se hoje bem mais em sua casa, mesmo estando fora de sua casa natal, do que se sentia uns anos atrás.
Isso é positivo, uma conquista impensável há algumas décadas atrás.
Assistimos de então para cá a um período de progresso, de concórdia, de paz, que nunca houvera.
Daí ter de ser preservado, cuidado, acarinhado por todos os cidadãos europeus.
Terá efetivamente que haver cedências de todos, uns em umas coisas, outros em outras, mas voltar atrás como alguns intentam, seria regredir em avanços históricos, audazes e belos, que poderiam ser perdidos para sempre.
Penso assim desde o primeiro dia em que vi abolida a fronteira entre Portugal e Espanha.
Nasci e cresci bem perto dela e habituei-me às dificuldades e perigos de ultrapassar tal fronteira.
Acolhi com entusiasmo a abertura da mesma.
Foi para mim, e estive lá nesse dia, um autêntico HINO Á LIBERDADE.
É importante para nós europeus continuarmos a aprofundar esta "União", é importante para o mundo inteiro que assim seja.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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