sábado, setembro 29, 2018

Portugal e...um sonho!!!




Interior português





Muitas vezes me passou pela cabeça que o despovoamento do interior de Portugal via migrações, quer para Lisboa e Porto, quer para o estrangeiro, se devia em parte à falta de cidades intermédias, que fossem como que uma presença estimulante para as populações rurais de cada zona.

Vinham-me à ideia exemplos de outros países, uns maiores outros menores, todos eles, porém com uma panóplia considerável de cidades “ditas médias/grandes que nós cá não tínhamos nem temos: A Holanda, a Suíça, a Espanha, a França, a Inglaterra, etc.

Em vez de Guarda’s, Braganças’s, Évora’s, Bejas’s, Vilas Reais e outras que tais, havia Málaga’s, Valladolid’s, Tours, Nice’s, Genève’s, Bruges’s, Burgos’s, etc etc.

As tais cidades que, não sendo grandes, muito menos enormes como a Grande Lisboa e o Grande Porto, eram todavia referências e polos de atração para populações espalhadas pelo território desses países.

Em Portugal, ante a solidão, o abandono e a falta de referências atrativas restava a hipótese: Sair dali.

E saía-se preferencialmente, ou para os dois enormes centros urbanos do país, Lisboa e Porto, ou para terras prósperas e longínquas do estrangeiro.

O interior ficou triste, pobre e abandonado.

Jovens e menos jovens abandonaram as suas terras, tornando Portugal vergonhosamente um dos países com maior índice de emigrantes.

Um êxodo de que tarda recompormos a imagem e o resto. Claro que não falo aqui e agora nas causas mais profundas de um tal êxodo, já que é do conhecimento dos portugueses os efeitos de uma longa ditadura e de uma nefasta e inglória guerra colonial.

Todavia, hoje, dia 29/09/2018 parece haver sinais positivos de outras gerações que parecem querer repovoar esse enorme e despovoado interior português.

Há sinais positivos que apontam nesse sentido, como o da foto acima tirada hoje em plenas Terras do Demo/Beira Alta.

Há sem dúvida um novo interesse nas riquezas e oportunidades de tão grande território votado durante tanto tempo ao ostracismo.

Eu só pergunto:

Será que estamos perante populações mais jovens com uma leitura diferente e rejuvenescida do interior? Que o veem com um novo olhar?

Será que as Guarda’s, Bragança’s, Évora’s, Beja’s, Bragança’s, etc. poderão surgir num futuro próximo cidades mais atrativas e tornarem-se “Málaga’s, Burgos, Nice’s, Valladolid’s, Genève’s, etc.?

Será que Portugal poderá acordar finalmente para um novo país mais compacto, preenchido, ocupado, ou estarei eu a sonhar?



PS. Para completar o sonho, reparem que bastava deslocar “um milhão” dos cerca de 5 milhões de pessoas da Grande Lisboa e do Grande Porto para o resto do território e vejam quantas cidades de 150/200 mil habitantes nasceriam!!!

Desejo a todos um excelente fim de semana

António Esperança Pereira




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