sábado, setembro 08, 2018

É tempo de... agir

Nota breve do autor do blog:

Divulgo o texto abaixo tal como o recebi. 
Vale a pena ler pois o conteúdo faz meditar sobre muita coisa que se está passando de menos bom.
Pessoalmente sou muito adepto do "vive e deixa viver". Todavia,  liberdades à parte, concordo que há coisas, factos, modas, exageros, que ultrapassam o bom senso, o equilíbrio, a harmonia, o tino, que uma sociedade, que se quer plural e livre mas responsável, deve ter.
Desejo um ótimo fim de semana a todos,
António Esperança Pereira
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É tempo de... agir



Agir sim, mas no bom sentido: Mais orelhas furadas, mais tatuagens, mais droga, 
mais concertos, mais indisciplina nas escolas, enfim... menos educação!

Não sei quem escreveu o texto, mas será alguém que deve rondar os 40 anos (em 1985, estaria portanto na escola primária).
É arrepiante a inversão de valores a que assistimos.
Ou será antes… destruição de valores?
Mas é tempo de AGIR ... 

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 Ídolo de crianças, adolescentes e graúdos, existe na atualidade um rapaz cantor  que se dá pelo nome artístico de Agir .
      Agir causa histeria incontestável  por onde passa com cantigas,  fáceis para um ouvido destreinado de qualquer futuro amante de música, com muitas batidas ritmadas.
     A partir dos  quatro ou cinco anos de idade, vemos papás e mamãs a colocar as cantigas do Agir em tudo quanto é smartphones e demais equipamentos. Que giro!
    O próximo passo, como não podia deixar de ser, é reservar bilhete para o concerto mais perto de casa - afinal é legitimo levar os filhos a ver o ídolo e quanto mais cedo melhor.
      Até porque,  falhar o concerto, como todos os colegas e amigos em teoria estarão presentes,  significa correr o risco de ser automaticamente posto de lado, pois estará fora da moda.
     Mas vamos por partes... como papá ou mamã  que se preze, que nos dias de hoje não pode desiludir os filhos , sob o risco de terem uma crise de ansiedade, stress ou alguma outra condicionante  psicológica mais grave… antes de assistir ao concerto convém dar uma olhadela às letras das cantigas e tentar levar a lição bem estudada. Afinal, muitas das crianças que admiram o artista ainda nem sabem ler ou escrever, o que (até) acaba por ser uma vantagem.
    Bom, comecemos então pela letra do "Gosto do teu rabo" :

gosto do teu rabo
principalmente quando ele mexe
e a minha cresce
quando o teu rabo ele d-d-d-d-d-d-desce
essas calças ficam tão bem
mas por favor despe
e eu sei que sou parvo
mas eu gosto do teu rabo
então gosto do teu rabo
principalmente quando ele mexe
e a minha cresce
quando o teu rabo ele d-d-d-d-d-d-desce
essas calças ficam tão bem
mas por favor despe
e eu sei que sou parvo
mas eu gosto do teu rabo
  
Vou ter uma certa dificuldade em explicar às crianças que "quando o rabo mexe a minha cresce", mas lá vou ter de inventar uma história qualquer...
  Bom, passemos à próxima letra, pois esta está no top e é canção obrigatória em todos os concertos de Agir, "Deixa-te de merdas" :  

Deixa-te de merdas
E presta atenção
Eu quero é estar só
Preciso de estar só

Por mais que ela diga que eu seja o único
A gente nunca se beija em público
Ultimamente só me chama púdico
Eu já não consigo dormir no cúbico
Perdeu-se entretanto
Ya eu sei que ela já teve uns quantos
Mas eu não quero saber quem é que ela fodeu antes
Porque depois de foder comigo
ela vai ver que nem fodeu tanto

   Bom, esta já se torna um pouco mais complicada para uma criança , mas pode ser que com o barulho durante o concerto, e entre duas pancadas na bateria, a criançada não se dê conta deste vocabulário obsceno, é a minha única esperança. Ou então… acabei de ter uma ideia melhor: como levo a letra bem decorada, imediatamente antes das partes mais obscenas, interpelo a criançada e proponho… irmos comprar algodão doce!!! 
  E por ai adiante, convido os papás e as mamãs a lerem as demais letras pois há muito que decorar. 
  Agressão nas escolas, crianças que não sabem brincar umas com as outras, crise de valores, desrespeito mutuo, agressão a professores… estas são as queixas frequentes dos encarregados de educação sobre os seus educandos.
  Mas estas pessoas, que dão tempo de antena, que se deslocam para assistir a este tipo de manifestações, que vão contra todos os conceitos da moral e bons costumes, acompanhadas de crianças em idade de frequentarem o ensino básico ou nem isso…  são encarregados de que tipo de educação ? Estão a espera do quê dos seus educandos num futuro próximo?
  Não ponho culpas em qualquer “artista”, muito menos no Agir, afinal trata-se de uma manifestação “artística” num país livre, apenas ponho em causa a decisão destes encarregados de educação (?) em proporcionar momentos altamente duvidosos a crianças de tenra idade que deveriam estar a receber bases sãs para um futuro digno.
  Religião e moral, desenhos animados, Heidi e companhia?  Isso é coisa antiquada, agora o que está a dar são séries televisivas com muito sangue, focadas em  crises de pré-adolescentes a maltratar os pais a toda a hora, telenovelas em que já não existe maneira de descer a um nível mais rasca, e artistas com letras que deveriam levar um sinal sonoro de censura em cima de certas palavras que surgem  em cada parágrafo.
  Isto tudo entregue pelos pais de bandeja às crianças, se possível assistindo ao vivo e a cores.  
  No fundo, creio que o Agir deveria levar os pais… a agir. 
  Para terminar, deixo uma reflexão para aqueles que ainda consigam agir:
  Porque estamos a falar de meninos e meninas: em 1985,  quando a nossa geração frequentava a escola primária , portanto com a idade dos meninos e meninas a que me refiro neste texto, o pai de Agir, que se chama Paulo de Carvalho, ofereceu-nos  uma linda  canção que os meus pais me ensinaram a escutar. Chamava-se, chama-se  " Os meninos do Huambo .
É mesmo tempo de AGIR ...


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