quinta-feira, fevereiro 11, 2016

Europa Unida por via do medo?


Sinceramente ver televisão nos tempos que correm passou a ser um ato de coragem. Refiro-me em particular aos noticiários e seus derivados (comentários, opiniões, etc.) que são as fontes onde supostamente o atento cidadão pretende beber alguma da atualidade. 
E, se o tempo fusco, frio e chuvoso, próprio da invernia já põe o cidadão de mau humor, após um tempito a atualizar-se com os ditos noticiários e derivados, fica de rastos.
As catástrofes todas do mundo, acidentes mortais, terramotos, epidemias, atentados, etc. etc. dão o mote ao modelo de informação que temos.
Depois é a altura de aturamos a verborreia de personalidades de que não gostamos ou a quem já prevemos cada sílaba que vão proferir.
Nessas personalidades incluo, claro está, aquela gente de Bruxelas, agora também de Berlim e de Paris.
Vá-se lá saber porquê?!
Já os conhecemos a todos, entram-nos há anos pelas orelhas e olhos a dentro.
Dizem sempre o mesmo ou parecido. Mandam os nossos supostos responsáveis que lá vão, vir igualmente dizer o mesmo ou parecido.
A mensagem é gasta, sempre a de uma Europa triste, sem nada de novo para comunicar, inventando exigências de cacaracá, sorrisos de corredor para parolo ver.
Especialmente para aqueles que acreditaram poder ser possível uma Europa Unida a sério, chega a ser chocante a tristeza, a desconfiança, a exigência, os castigos a terceiros proferidos e prometidos pelos representantes da dita União Europeia.
Afirmo pela primeira vez isto, não é que valha alguma coisa a minha afirmação, mas sinto em consciência nesta altura que a Europa Unida apenas o está a ser "por via do medo", não pela interiorização de uma necessidade, de uma vontade comum, uma alegria comum, uma esperança de seguirmos juntos um futuro melhor.
Estamos nela com medo de sairmos dela. Vive-se em permanente ameaça de divórcio, não em permanente comunhão, união e casamento.
Olho para a televisão e vejo aquela gente importante, seja de Bruxelas, de Berlim ou Paris, tão enfastiada, enfadonha, mal amada, castradora, que receio bem que o tempo da minha profunda crença na UE esteja a esfumar-se e a sumir como fumo de uma chaminé quando a lareira acesa se apaga e fica cinza.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira

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