sexta-feira, janeiro 30, 2015

Jesus apoia Figo a 200 por cento


Nosso comentário:

O treinador do Benfica, com o timbre espontâneo e sem rodeios que se lhe reconhece, afirmou que apoia a "200 por cento" a candidatura de Luís Figo à presidência da FIFA, a quem reconhece "perfil" e "bagagem" para o cargo. 
Entre outras coisas disse ainda tratar-se de um grande ex-jogador de futebol e que tinha capacidade para poder exercer o cargo de presidente da FIFA, assim não lhe faltassem os apoios necessários para isso, pois há muitos interesses políticos em jogo.
Estas declarações sobre a candidatura de Luís Figo à presidência da FIFA foram proferidas à margem da entrevista que concedeu sobre o jogo Benfica-Boavista a realizar-se amanhã, sábado, pelas 17 horas (hora de Lisboa) no Estádio da Luz.
Desta entrevista, já agora, saliento mais uma frase bem interessante e espontânea deste treinador luso, ao serviço do Sport Lisboa e Benfica.
A frase, que pode ser lida abaixo no corpo da notícia do Record, é a seguinte: "Eles é que têm de olhar de baixo para cima".
Referia-se como é óbvio a que o seu clube está à frente do campeonato e... para bom entendedor, meia palavra basta!

Fiquem bem, bom fim de semana

António Esperança Pereira




Jesus: «Os outros é que têm de olhar de baixo para cima»
Jornal Record/Cofina Media Jesus: «Os outros é que têm de olhar de baixo para cima»



O Benfica recebe este sábado (às 17 horas) o Boavista, na 19.ª jornada da 1.ª Liga, depois de ter perdido na última ronda frente ao Paços de Ferreira. Para Jorge Jesus a derrota no último jogo não retira confiança para a receção à equipa boavisteira.
"Não vamos encontrar facilidades, o campeonato português não é fácil para as equipas grandes. O Boavista vai querer pontuar e fechar os passos ao Benfica", analisou Jorge Jesus, esta sexta-feira, na conferência de antevisão do jogo.
"Nenhuma derrota tira a confiança a quem esteja em 1.º no campeonato. Pode é não ter contribuído para melhorar essa situação", afirmou o técnico encarnado, lembrando que o benfica mantém-se na liderança com seis pontos de avanço: "Os outros é que tem de olhar de baixo para cima. É que andam atrás. Isto é como no ciclismo, o que importante é que etapa a etapa estamos na frente".

quinta-feira, janeiro 29, 2015

O Governo a China e Eu apoiamos Figo!


Nosso comentário:

Aí está mais um português do futebol a sair da casca, apresentando a sua candidatura à presidência da FIFA.
Pelos vistos e tanto quanto li, o governo apoia Figo, os chineses como pode ler-se abaixo, estão doidos de contentes...
Eu, tal como o governo e os chineses também apoio Figo.
O candidato é português, nós nesta coisa de bola somos bons, daí que, à semelhança de tantos jogadores e treinadores que têm botado figura na estranja...
porquê não melhorar o mundo da bola já que ao que parece a FIFA não anda flor que se cheire? "daríamos assim novos mundos ao mundo" novamente. Certo? Neste caso, claro está, daríamos novos mundos ao "mundo da bola"...!!!
É caso para gritarmos todos felizes e contentes em plena crise nacional e europeia: "Figo amigo o povo está contigo".
O governo, a China e eu, apoiamos Figo!
Estamos nessa Vanessa!

Fiquem bem

António Esperança Pereira




A candidatura de Luís Figo à presidência da FIFA "deu ainda mais notoriedade" à academia de futebol chinesa que ostenta o nome do antigo capitão da seleção portuguesa, disse hoje o diretor-técnico da escola, Joaquim Preto.

"Luís Figo já era muito conhecido na China, mas não há dúvida de que o anúncio de ontem lhe deu ainda mais notoriedade. O patrão da academia está entusiasmado", contou à agência Lusa Joaquim Preto, ex-treinador adjunto do Sporting e atual responsável técnico da Winning League/Figo Football Academy.
© Fornecido por O jogo
Figo (Fei Gue, em chinês) é, juntamente com C. Luo (Cristiano Ronaldo), a personalidade portuguesa mais conhecida na China. "No mundo do futebol, em termos de jogadores, treinadores e árbitros, Portugal já está no topo. Só faltava mesmo fechar o ciclo e colocar alguém na presidência da FIFA", comentou Joaquim Preto.
Lançada na primavera passada em Pequim, a Figo Football Academy está já implantada em oito cidades da China, entre as quais Xangai e Cantão e, este ano, espera chegar a mais duas. No conjunto, a academia tem cerca de 1100 alunos, entre os quatro e os 13 anos, assim como 16 treinadores, todos portugueses e diplomados pela Federação Portuguesa de Futebol e pela UEFA.

terça-feira, janeiro 27, 2015

Iva sem vergonha de Ângelo


Nosso comentário:

Destaco hoje uma notícia que, assim à primeira vista, parece corriqueira mas não é.
Vivemos num mundo em que todos se dizem muito democratas, mas por exemplo, se ganha um partido diferente do comum, lá se vai o verniz e, por muito democrata que o cidadão se diga, na verdade aponta logo o dedo ao intruso partido ganhador. Dir-se-ia que o conceito democrático assimilado, neste caso o conceito político, é muito curto.
Em outros campos passa-se exactamente o mesmo. Tudo o que seja novo, que traga alguma diferença,  acarreta quase sempre um apontar de dedo, uma condenação "a priori", "muito embora nos digamos muito tolerantes e abertos".
Tolerantes e abertos o tanas!
No fundo no fundo só toleramos o que temos programado na mente que permite um espaço de tolerância. E tem que se dizer que esse espaço mental de tolerância continua a ser muito pouco. Daí a rotina das orientações políticas, daí a rotina das relações sociais, daí a rotina das xenofobias que, infelizmente, são tantas que não têm conto.
Escrevo isto sem grandes delongas, apenas para reflexão, tendo como pano de fundo a ligação de Iva com Ângelo (duas figuras públicas de Portugal) 
Afinal de contas, uma ligação como outra qualquer de duas pessoas que gostam uma da outra, que nada teria de especial, se não fosse a diferença de idades entre ambos.
Ela, Iva Domingues, tem mais 11 anos que ele, Ângelo Rodrigues, o que perturba logo o bom funcionamento dos usos e costumes. 
Enfim...
Fiquem bem

António Esperança Pereira



Cofina Media/ FlashVidas: Apresentadora foi vítima de preconceito por namorar com homem mais novoNum texto escrito, em tom de desabafo e revolta, para o site Maria Capaz (uma "plataforma de afirmação das Mulheres"), Iva Domingues revelou que foi vítima de ataques preconceituosos por causa da sua relação com Ângelo Rodrigues, que é 11 anos mais novo.

Apresentadora foi vítima de preconceito por namorar com homem mais novo Apresentadora foi vítima de preconceito por namorar com homem mais novo.
A apresentadora refere mesmo alguns dos insultos de que foi alvo: "Não tens vergonha?", "Olha a mãezinha dele!", "Coitada, vais levar com um grande par de cornos" e "Andas a desmamar meninos". Durante muito tempo, Iva Domingues diz que teve de engolir e digerir "pérolas" destas, em mensagens no seu Facebook, quando começou a namorar com Ângelo Rodrigues.
"Muitos dos que, levianamente, dizem ‘Je suis Charlie’, são os mesmos que se refugiam atrás de um computador e se transformam em gangsters das teclas", escreveu, num texto intitulado: "Não tenho vergonha. Sou Feliz".

sábado, janeiro 24, 2015

Éden vivencial no Youtube...


Nosso comentário:

Havia algum tempo já que não partilhava poemas no youtube em formato de video.
Ontem mesmo chegou a vez de mais um curto poema ficar na galeria do youtube em fundo azul celeste.
A cor é ténue, quase incolor, mas a ideia é essa, a de colocar uma cor que ligue com o poema: suave, ténue, incolor e indolor nas palavras que mostra.
Uma música de fundo, uma curta mensagem tirada de um dos meus livros, colocada agora no famoso youtube, para que mais pessoas possam ler e inspirar-se através da poesia.
É bom escrever, emprestar algum tempo, ou muito tempo até, ao que nos vai na alma, ao que está trancado quantas vezes e só sai nas palavras que descobrimos dentro de nós.
Depois é muito grato a quem escreve receber mensagens como a que segue e que nos deixam a nós próprios (quero dizer, a quem escreve) com vontade de escrever ainda mais.

"Li mesmo agora o poema...pois como sempre fico assim
sem jeito...é que és mesmo um GRANDE POETA...
Nem tenho palavras para dizer o quanto me surpreendes...
Escrever como tu o fazes transmitindo sentimentos, realidades, estados de alma
é só para alguns...poucos...de que tu fazes parte...és o MAIOR...
Um beijo grandeee." 

Fiquem bem

António Esperança Pereira




quinta-feira, janeiro 22, 2015

Cristiano Ronaldo e Irina Shayk...


Nosso comentário:

Creio que nunca este blogue publicou algo sobre o craque de futebol Cristiano Ronaldo. 
Embora sem a certeza de tal facto, terei de verificar melhor no histórico, não me lembro contudo de lhe ter dado atenção, muito menos o relevo condizente com a fama a nível mundial que se reconhece ao jogador luso.
Não sei o porquê de tal facto mas sempre direi três coisas que podem ter contribuído para essa ausência de Cristiano Ronaldo deste blogue.
São coisas simples óbvias:
-A primeira tem que ver com um gesto feio, que pela minha parte lhe perdoei, insultando a nação benfiquista, aquando de um jogo disputado no Estádio da Luz/Lisboa (Estádio do Sport Lisboa e Benfica)
- A segunda, prende-se com o desempenho na selecção das quinas. Comparativamente ao futebol produzido em outros palcos, Ronaldo, nunca nos brindou ao serviço da selecção nacional com a alegria e o talento inquestionáveis que possui. 
-A terceira e puramente pessoal, é que este blogue, apesar da grande veia desportiva do seu autor, não nasceu efectivamente com matriz desportiva.

PS. Deixo, como complemento do meu desabafo, e para além de manifestar a minha admiração pelo Cristiano Ronaldo, a notícia que nos dá conta do termo da sua relação com a russa Irina Shayk.

Fiquem bem

António Esperança Pereira



Porque é que Ronaldo e Irina acabaram? 
The Rock é capaz de ter ajudado

Dwayne Johnson sabe mais do que conta

Dwayne Johnson, mais conhecido como "The Rock", poderá ter contribuído para o fim do namoro entre Ronaldo e Irina.
Parece complicado mas é simples: desde que a modelo russa e Dwayne Johnson contracenaram em "Hércules" que se tornaram bastante próximos. A química entre os dois não passou despercebida e muitos começaram a falar sobre os alegados ciúmes do internacional português.
A revista "Glamour" refere que após Dwayne Johnson e Irina Shayk terem feito par romântico no filme, The Rock terá mesmo conquistado a modelo.
A química entre os dois foi notada nos eventos de promoção do filme. 

terça-feira, janeiro 20, 2015

Precisa-se Assistente de Ginecologia



Nosso comentário:

Antes de tudo, duas palavras sobre este flagelo que atinge boa parte dos países do globo: o desemprego.
Embora se leia muita coisa sobre o dito desemprego, inclusive que "o homem não nasceu para trabalhar"... em boa verdade se diga que pessoalmente o considero um bico de obra para quem lhe cai nas garras.
Sou de uma geração em que um "empreguito" era como que um sonho que qualquer pai almejava para o seu filho. Isto porque a lavoura (agricultura) não levava a lado algum, o pequeno comércio era um pau de dois bicos, e o emprego, neste contexto, era significado de uma vida sustentada e limpa.
Aos olhos dos pais, um filho com o dito emprego poderia casar, ter filhos, garantir o seu sustento e ter autonomia económica própria e dos seus.
Dito isto, não resisto hoje a publicar uma história relacionada com o des (emprego) que me foi remetida via e-mail e à qual achei imensa graça.
Por isso, e porque não se pode levar tudo muito a sério, se não rebentamos todos pelas costuras, aí fica a história/anedota de que falei.
Oxalá gostem.

PS. Para os que lerem a anedota e, talvez por não serem lusos, ou se interrogarem sobre a distância entre Estremoz e Elvas por causa da fila, apenas acrescentarei que a distância é consideravel...

Fiquem bem

António Esperança Pereira



Um desempregado compareceu no Centro de Emprego em Estremoz, para ver se havia alguma coisa para ele.
Ao chegar, viu um cartaz que dizia:
'Precisa-se de Assistente de Ginecologista'.

Foi ao balcão e perguntou:
- Pode dar-me mais informações sobre este trabalho?
E o funcionário:
- Com certeza. O trabalho consiste em preparar as pacientes para o exame. Você deve ajudá-las a despir-se e lavar cuidadosamente as suas partes genitais. Depois faz a depilação dos pêlos púbicos com creme de barbear e uma gillete novinha. A seguir esfrega gentilmente óleo de amêndoas doces, de forma a que elas estejam prontas para ser observadas pelo ginecologista.
O salário mensal é de 2.500 Euros.
Mas o senhor tem de ir até Elvas.
- É lá o emprego?


- Não, é lá que está o fim da fila...  

domingo, janeiro 18, 2015

União Ibérica Não, obrigado!


Nosso comentário:

Integrados na UE (União Europeia) não faz qualquer sentido trilhar este caminho pretensamente defendido por este grupo de espanhóis.
Depois, há sempre o ditado: "de Espanha nem bom vento nem bom casamento".
Temos actualmente óptimas relações de vizinhança, tudo o resto, esforços diplomáticos para fazer com que os dois Estados Ibéricos colaborem em assuntos de interesse mútuo, claro que é desejável, mas não é preciso qualquer tipo de união para além da que já existe em sede da União Europeia.
Estranha-se que este "partido" surja numa altura em que Espanha reclama direitos sobre águas territoriais junto das Ilhas Selvagens (de soberania portuguesa) sabendo todos nós que outras disputas bem mais antigas e favoráveis a Portugal continuam por resolver.
Também se conhecem os problemas latentes que a vizinha Espanha enfrenta com as poderosas autonomias regionais, autonomias essas que podem, num ápice, virar independências.
Que não seja Portugal, com uma cultura vastíssima e muitos séculos de história, o bode expiatório para colmatar brechas que felizmente não tem.
Relações de amizade partilhada sim, alianças estratégicas pontuais também. Mais do que isso, sinceramente, não parece desejável, nem exequível, nem necessária, uma qualquer "união ibérica".

Fiquem bem

António Esperança Pereira



PS. Leia-se abaixo a notícia veiculada pela agência Lusa sobre a suposta iniciativa de criação de um Partido Ibérico 


A iniciativa é de um grupo de cidadãos espanhóis: querem que os dois países caminhem juntos, o que é diferente de os fundir.


Um grupo de habitantes da localidade espanhola de Puertollano (Castela-Mancha, centro) anunciou a constituição do Partido Ibérico, que defende a união de Espanha e Portugal em projetos comuns, noticiou hoje a agência espanhola EFE.

Também designado pelo acrónimo 'Iber', o partido foi inscrito no Ministério do Interior a 17 de dezembro, disse à agência o principal impulsionador do partido, o ex-autarca socialista Casimiro Sánchez Calderón, que abandonou o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em 2014, depois de 45 anos de militância.

O partido parte da ideia "utópica e talvez absurda" de unir os dois países ibéricos, explicou, numa união que "não parte dos reinos, mas do sentimento de unidade dos cidadãos".

"Não se trata de fundir Espanha e Portugal, mas de caminharmos juntos", acrescentou.

Em Portugal o partido ainda não foi constituído legalmente, o que exige 7.000 assinaturas, mas responsáveis do Iber estão à procura de alianças com "dirigentes progressistas" de Portugal e também das regiões espanholas de Castela e Leão e da Galiza.

Em Espanha, disse Sánchez Calderón, o Iber pretende apresentar-se às próximas eleições com programas e projetos "que beneficiem os dois países".

O ex-autarca é o único membro da direção da nova formação ligado à política, sendo os restantes pessoas ligadas ao mundo sindical ou que "viveram intensamente a transição democrática", disse.

Segundo Sánchez Calderón, o objetivo "é trazer um grão de areia ao panorama político espanhol, reconhecendo tudo o que foi feito de bom, mas também trazendo ideias novas com o consenso e a unidade como princípio base para abraçarmos juntos o futuro de toda a península".

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Vieira: A língua portuguesa como Universo




A língua como universo / Sobre a Obra Completa do Padre António Vieira


Comunicação do Prof. Carlos Reis na Sessão de lançamento dos 30 volumes da Obra Completa do Padre António Vieira, realizada no dia 3 de dezembro de 2014, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa
09-01-2015

Só os grandes desafios motivam as grandes empresas. Um desafio: retomar, pesquisar, reler, traduzir, organizar, fixar, rever, apresentar e anotar os milhares de páginas de um grande escritor. Uma empresa: fazer chegar até a um público alargado o resultado daquele trabalho, que se estendeu por alguns anos, envolveu muitas pessoas e teve o seu final feliz: trinta volumes densos e  nítidos que são, a partir de agora, a ponte segura para acedermos à palavra do grande escritor. Repito: um grande desafio e uma grande empresa.
No momento em que é apresentada a Obra Completa do Padre António Vieira, realço, antes de mais, aquilo que tem que o ser:  a conjugação de esforços de uma instituição promotora, a Universidade de Lisboa, de uma editora, o  Círculo de Leitores, de uma instituição mecenática principal,  a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e de dois académicos,  José Eduardo Franco e Pedro Calafate. Insisto: conjugação de esforços, enquadrados e apoiados por instituições científicas, coordenadoras e associadas, e por  entidades do mundo cultural, universitário, económico e político que apoiaram a empresa, ajudando a que os arquitetos, os engenheiros e os operários erguessem a ponte  que nos leva ao Padre António Vieira. Uma ponte de papel e de palavras, tornada possível, com os pilares firmes que exibe, porque os diretores desta Obra Completa do Padre António Vieira por certo   aprenderam, no exemplo e no testemunho do grande jesuíta, a  diplomacia, a capacidade de argumentação, a persistência,  a abnegação, o impulso para o futuro e o sentido de entrega a uma causa. Tudo isso e sobretudo a confiança no poder das palavras, as deles e as que o Padre António Vieira nos legou.
Desse homem de palavras que foi o Padre António Vieira falou um dia um outro  autodenominado homem de palavras, Vitorino Nemésio. Disse: “Bem puderam a arte barroca do sermão e o génio político de Vieira acorrentar a sua obra a motivos de ação urgente e politicamente persuasiva que sempre a sua prosa ficará como um monumento grandioso da língua portuguesa e do engenho neoclássico”. Várias personalidades em uma só, eis  o que pode ler-se  nesta admirável síntese: a do artista da palavra que Vieira foi, sendo também homem do seu tempo e da ação que ele lhe pediu, pregador de Deus e político interventivo, cidadão do mundo e refundador do idioma. Ou imperador da língua, na expressão do genial poeta, tão hábil como foi a cunhar fórmulas às vezes no limiar da banalidade.
Como foi possível ser tudo isso no breve lapso de uma vida? É verdade que ela foi longa, longuíssima até, se pensarmos no que eram as vidas humanas no século XVII. Ainda assim, insisto: como foi possível chegar a tanto como aquilo  que se nos revela nestes trinta volumes? A busca da resposta (ou das respostas) para esta pergunta tem ocupado todos quantos, há longos anos, se consagraram a ler, a editar, a interpretar e a divulgar a obra do Padre António Vieira.
É justo referir, olhando para o passado próximo,  alguns desses nomes, certamente correndo o risco das omissões injustas: João Lúcio de Azevedo, António Sérgio, Hernâni Cidade, João Mendes, Raymond Cantel, António José Saraiva, José van den Besselaar,  Alcir Pécora, João Adolfo Hansen, Adma Muhana, Margarida Vieira Mendes, Maria Lucília Gonçalves Pires, Aníbal de Castro, Arnaldo Espírito Santo, José Pedro Paiva, Silvano Peloso, Mafalda Ferin Cunha, outros mais.  A estes juntam-se agora os cerca de cinquenta investigadores que, articulando saberes provindos de várias áreas das ciências humanas, escreveram os longos e circunstanciados estudos que se encontram em cada um destes trinta volumes.
Em tudo o que foi feito e em todos os que o fizeram não falta, decerto, o “honesto estudo/com longa experiência misturado”, como disse uma outra estrela que, com Vieira, refulge na galáxia da nossa língua. Avisadamente andaram os organizadores  desta Obra Completa do Padre António Vieira e os editores de cada um dos seus volumes, quando reconheceram (e disso tiraram ensinamento) o labor daqueles que os antecederam, na estrada sem fim nem horizonte à vista, por onde caminharam quantos leem e estudam o grande jesuíta.
Posto o que, cabe perguntar: o que falta fazer, depois desta empresa e das que lhe foram suporte? Se para alguma coisa nos serve ainda hoje (serve para muito, é claro) a lição de Vieira, é também para entendermos que o caminho não acaba, apenas são outros os caminhantes que o fazem. É daqui, da Obra Completa do Padre António Vieira, que hão de partir, de agora em diante, os que quiserem transitar pelas veredas da palavra vieiriana, sejam eles investigadores, estudantes ou os simples leitores que em Vieira buscam a lição de cultura e de espiritualidade que, num arco firme e certeiro, se estende do seu passado até ao nosso presente. E surpreender nessa lição os  matizes de um discurso e os contornos de um rosto que incentivam novas aventuras exegéticas.


Dito de outro modo: um dos grandes fascínios que o Padre António Vieira ainda hoje exerce sobre quem dele se acerca  provém da revelação do que foi uma vida feita palavra. Uma vida que muitos indagaram, quase sempre notando que o seu significado último reside justamente na forma como nela a palavra foi um elemento axial. Fonte e origem de tudo o que o Padre António Vieira quis ser, a palavra que ele serviu e de que se serviu foi, para os homens do seu tempo, o lugar central e o eixo que regeu uma existência de quase nove décadas, dividida entre vários lugares do mundo, alguns bem remotos, mesmo para as medidas de hoje.

Servindo poderes e resistindo a eles, dando testemunho da mensagem cristã  e perscrutando o tempo futuro, falando aos homens e mesmo aos peixes quando os homens pareciam surdos, o Padre António Vieira foi, para além de tudo, um servidor da palavra. Foi ela que deu sentido à sua vida. Muito significativamente, no parágrafo que abre o estudo capital de Margarida Vieira Mendes, A Oratória Barroca de Vieira, destaca-se isso mesmo: “O que mais impressiona nos escritos do padre António Vieira (…) é o facto de neles emergir, em modos vários, a consistência de uma personalidade e de uma vida: uma bio-grafia”. Por isso, os grandes estudiosos de Vieira têm sido sobretudo os seus biógrafos; por isso também, acrescenta a estudiosa, “é com naturalidade que a relação biografia-discurso se evidencia, e daí eu supô-la interveniente na dimensão estética e literária alcançada pela obra do pregador”.
Desta vida e da forma como foi  vivida podemos hoje dizer: dava um filme. Mais do que um, deu dois, o de Júlio Bressane, a partir dos sermões, e o de Manoel de Oliveira,  sobre a palavra e a utopia. Neste,  o nosso mais celebrado cineasta  e, como o biografado, não raras vezes profeta falhado na sua pátria, deu testemunho do que foi  a existência, por entre  luzes e  sombras, do Padre António Vieira: enquanto ela durou, frequentou os salões da corte e devassou os mistérios da selva, conheceu a liberdade e o cárcere, os favores do poder e a sua ríspida vindicta, a incerteza das viagens e o perigo dos naufrágios, o estudo e a ação, a missionação e a diplomacia, a pregação e a aturada reflexão sobre os mistérios da mensagem bíblica.
É disto que se faz não só a imagem do Padre António Vieira, mas sobretudo o imaginário que dessa imagem se nutre, num lugar conceptual  que confina já com o mito. Esse mesmo que Fernando Pessoa evocou, “no imenso espaço seu de meditar”, em que o pregador convive com D. Sebastião, “luz do etéreo”, e com “a madrugada irreal do Quinto Império”. Como se deles o jesuíta absorvesse a substância inefável do “nada que é tudo”.
Não foi, contudo, Pessoa ele mesmo quem melhor disse a vibração do encontro e do reencontro com a prosa vieiriana; foi o meio-Pessoa chamado Bernardo Soares, ao lembrar a “fria perfeição de engenharia sintática” daquela prosa. É quando, imediatamente antes do famoso passo sobre a língua como pátria (uma boutade prostituída por repetidas, descontextualizadas e mutiladas citações, ao gosto dos fregueses que dela se têm servido), imediatamente antes disso, o obscuro ajudante de guarda-livros lembrou a revelação fulminante do tal encontro iniciático. E disse: “Aquele movimento hierático da nossa clara língua majestosa, aquele exprimir das ideias nas palavras inevitáveis, correr de água porque há declive, aquele assombro vocálico em que os sons são cores ideais – tudo isso me toldou de instinto como uma grande emoção política.”
Correr de água, disse Bernardo Soares e certamente bem, porque outro grande cultor da nossa língua, às vezes apressada e anacronicamente arrumado na gaveta do estilo barroco, confirmou a imagem do fluir, na “língua cheia de sabor e de ritmo” que foi a do Padre António Vieira: “A língua então era um fluxo ininterrupto. Admitindo que possamos compará-la a um rio, sentimos que é como uma grande massa de água que desliza com peso, com brilho, com ritmo, mesmo que, por vezes, o seu curso seja interrompido por cataratas.” Palavras de José Saramago, é claro, ele que, noutro texto e a propósito de Vieira como ramo da sua genealogia literária, declarou: “A língua portuguesa nunca foi mais bela que quando a escreveu esse jesuíta”.
Os trinta volumes da Obra Completa do Padre António Vieira amplamente confirmam isto  e dizem mais: dizem-nos que este foi um escritor plural, na aceção mais complexa e consequente do termo. Um polígrafo, termo talvez caído em desuso, mas que inevitavelmente reaparece, quando contemplamos estes milhares de páginas em que a epistolografia convive com a oratória, os textos proféticos com as relações de viagens e com os memoriais políticos, já para não falar nos textos poéticos e dramatúrgicos às vezes de autoria duvidosa.
Como escritor  multiforme, Vieira revela-nos a sua impressionante cultura  circulando por domínios autónomos que interligou e cujo diálogo favoreceu. Interdisciplinarmente, diríamos hoje, sem excesso nem favor, porque este foi também um homem do futuro, nos modos de pensar e de comunicar um saber esmagador, servido por  uma memória seguramente prodigiosa. Foi também por força  dessa vocação para a indagação plural,  que a edição da obra completa de Vieira exigiu uma equipa multidisciplinar, convocando, entre outros, os saberes da filosofia, da teologia, da literatura, da linguística, da paleografia, da história e das línguas clássicas.
Detenho-me por um momento  numa questão que para alguns pode, erradamente, parecer menor: a preparação de uma edição como esta é um trabalho de projeto, no sentido mais preciso, mas não raro descurado, que o termo encerra. Só quem nunca teve a responsabilidade de dirigir um projeto ambicioso ignora o que ele demanda a quem o coordena e a quantos nele participam: identificação e justificação do que se quer fazer, objetivos claramente estabelecidos, clareza e pertinência metodológica, recursos humanos, técnicos e financeiros competentes e bem proporcionados, ponderado calendário de execução. Tudo isso e também uma liderança efetiva, constante e reconhecida por uma equipa que trabalhe, de facto, como equipa. Não sei se era assim que o Padre António Vieira concebia, pregava e depois escrevia os seus sermões; mas sei que o resultado desta empresa mostra que ela foi pensada como projeto. E deu resultados, que é aquilo que todo o projeto, no final das contas (contas de vário tipo, é claro), tem que mostrar.
Mesmo não sendo uma edição crítica, a Obra Completa do Padre António Vieira revela o cuidado e a planificação que um projeto desta magnitude requer. Uma verdadeira estratégia editorial, em suma, envolvendo os vários componentes que estão à vista  no resultado final, a saber: a orientação para um  público definido, a noção de que esta edição cumpre uma determinada função e não outra, o estabelecimento de critérios de fixação textual ajustados a essa função, o ponderado  dimensionamento de notas e de introduções. Remeto para o texto que especifica os critérios de transcrição textual;   destaca-se aí a razão do leitor que rege esta edição, indo “ao encontro de uma grande diversidade de interesses, objetivos e formações de todos os potenciais leitores, facilitando-lhes o acesso ao texto.” Para isso contribuirá  a escolha de uma chancela editorial capaz de levar estes trinta volumes até aos leitores que, reconhecendo já em Vieira um autor do cânone, podem agora acercar-se dele  em função de uma outra aceção do termo cânone: a que se refere a um corpus textual autorizado, fixado e revisto. A obra de um autor, em suma. E de um autor que agora nos aparece, depois de tantas tentativas que o passado sepultou, no harmonioso vigor das três grandes colunas que sustentam o seu templo de palavras: a parenética, a epistolografia e a profética.
Termino,  não sem antes realçar um aspeto (um entre muitos) que confere atualidade gritante ao Vieira que hoje podemos ler e reler, na sua obra completa. Relaciona-se esse aspeto com o facto de ter ele sido um viajante por muitos lugares e sobretudo um cidadão de dois continentes, aquém e além Atlântico. No Brasil que foi o seu e que então era o nosso, o Padre António Vieira cavou os alicerces para a construção de uma casa comum da língua. “Ninguém como António Vieira parecia predestinado (…) a ser o laço entre os dois mundos, o da Europa e do Brasil – terra que era também a sua, pela sua educação, pelo seu coração”,  escreveu Eduardo Lourenço.  Digo, então: Vieira antecipou, nesse laço que armou, uma outra história do futuro que é a de um espaço idiomático compartilhado por muitos. Essa  partilha  permanece e resiste, não tanto por causa dos homens, mas às vezes  apesar dos homens que naquele espaço  vivem.
Foi o Padre António Vieira,  pelo muito que  pregou e escreveu, pelo mundo que percorreu e pelas tantas e variadas gentes que conheceu,  quem verdadeiramente fundou aquilo a que hoje chamamos, às vezes com exagero retórico, o universo da língua portuguesa; ou uma língua portuguesa como universo. Os testemunhos de Pessoa e de Saramago que antes citei (e os mais que poderia ter citado) dizem-nos isso mesmo, sem o afirmarem expressamente. Nem é preciso que o façam. A língua do Padre António Vieira, sendo o tal “correr de água porque há declive”, chegou até nós, expandida por outros rios, mudada mas conservada, a mesma e já outra.
Alberto Caeiro, o mais anti-Vieira dos heterónimos de Pessoa, escreveu: “Pensar no sentido íntimo das cousas/É acrescentado, como pensar na saúde/Ou levar um copo à água das fontes.” Ao contrário do que ele diz, levemos nós, de novo, um copo às fontes de Vieira. A água que delas corre tem o sabor da nossa sede.
Carlos Reis
3 de dezembro de 2014

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Portal em português na China!


Nosso comentário:

Uma boa notícia que vem da China e que nos chega via e-mail através do OLP (Observatório da Língua Portuguesa).
Trata-se, quanto a nós, de uma notícia no mínimo interessante, já que é mais uma confirmação da importância da Língua Portuguesa no mundo.
Estamos a falar de uma grande potência, a China, que, ao abrir este Portal em português, confere aos países falantes da Língua de Camões, um estatuto de primeiríssima linha no contexto global.
Com este pequeno intróito, leiam a notícia e, se tiverem a noção da importância de tal facto, como eu tenho, façam o favor de não ficar só a olhar para o que os falantes de outras línguas fazem...
Olhem também para o tesouro que têm em casa, para os países falantes da nossa língua, as comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo e, partilhem com eles a grandiosidade de falar e escrever sobre o que quiserem em PORTUGUÊS.

Fiquem bem

António Esperança Pereira


Jornal do PC chinês lançou portal em português

Jornal do PC chinês lançou portal em português

O Diário do Povo (ed. em linha), órgão central do Partido Comunista Chinês, lançou hoje um portal em português para "promover a comunicação e o intercâmbio" com os países de língua portuguesa.

08-01-2015
O novo portal propõe-se difundir "notícias de economia, política, sociedade, educação, cultura, desporto, ciência, turismo e outras áreas", assumindo-se como "um esforço para promover o intercâmbio e o entendimento entre os internautas de língua portuguesa e a China".
A iniciativa insere-se na "estratégia global de desenvolvimento do Diário do Povo online", que já tem também versões em inglês, russo, espanhol, japonês, árabe, alemão e coreano.
O lançamento da versão em português coincide com a abertura do primeiro encontro ministerial do Fórum China-CELAC (Comunidade dos Estados da América Latina e das Caraíbas), que reúne até sexta-feira em Pequim governantes de 34 países.
Além do Diário do Povo online, também a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua e a Rádio Internacional da China têm um serviço em português.
O ensino do português na China registou grande desenvolvimento nos últimos anos devido às crescentes relações económicas e comerciais com os países de língua portuguesa, sobretudo Brasil, Angola e Portugal.
No início do século XXI, em todo o continente chinês havia apenas duas universidades com licenciaturas em português. Hoje há 18.
AC // VM - Lusa/Fim

quarta-feira, janeiro 07, 2015

O Silêncio da Solidão, Poemas!


Nosso comentário:

Apenas para informar os leitores da nossa participação em mais uma Antologia denominada "O SILÊNCIO DA SOLIDÃO".
Participei com quatro poemas de minha autoria.
A Editora NPE (Nós Poetas Editamos) responsável pela publicação, pode facilmente ser encontrada nas redes sociais através de uma breve pesquisa na Internet.
Resta-me acrescentar que recebi hoje alguns exemplares da Antologia, o que, tal como acontece com a chegada de qualquer livro, me deixa o coração pleno de alegria.
Ficam algumas imagens do livro.
Mais abaixo, transcrevo um dos poemas com que participei.
Espero que gostem.

Fiquem bem

António Esperança Pereira



























Adeus obrigatório



Lugar sem nada inóspito deserto
Um carro que me leva ao fim do mundo
Não há palavras só um silêncio profundo
Um futuro depois de ali solitário e incerto

Perco tudo o que tenho de mais farto
O jardim que povoou o ermo e o nada
Dói o estômago pela partida indesejada
Quase morro da dor de quem me aparto

A juventude é fértil em breves aventuras
Em sóis quentes que nascem e se vão
Também em sonhos que viram desventuras

É então o adeus obrigatório e o regresso
As mãos vazias num tempo sem interesse
Um deprimente depois com difícil recomeço.


terça-feira, janeiro 06, 2015

Paula Fernandes e Ana Rayo


Nosso comentário:

Por cantar em português e bem, pela novidade que foi para mim mais esta descoberta que se chama Ana Rayo, divulgo hoje uma faceta do início da carreira de Paula Fernandes, que a maioria seguramente desconhecerá.
Como já se percebeu, Ana Rayo é nem mais nem menos um pseudónimo adoptado na juventude, pela actual diva da canção brasileira, a talentosa e popularíssima intérprete Paula Fernandes.
Porque assisti a um concerto da artista em Lisboa, porque escreve e bem poesia, porque é compositora e excelente intérprete de música, porque a admiro desde que a ouvi cantar, lhe dedico este post.
Mais abaixo, num texto que copiei sobre a matéria, é explicado o porquê da adopção do pseudónimo Ana Rayo.
Fica também um video da bonita e talentosa intérprete e compositora brasileira.

PS. Gostava muito que os jovens cantores portugueses privilegiassem a língua portuguesa pelo menos quando começam a cantar ou a lançar-se em uma carreira. Infelizmente, não é o caso.

Fiquem bem

António Esperança Pereira



Desde quando era bem pequena, Paula Fernandes já demonstrava seu talento na música. Seu primeiro trabalho foi gravado quando ela ainda era uma criança com apenas doze anos de idade, mas não teve repercussão nacional. Como muito artistas fazem, Paula chegou a usar um nome artístico diferente, para facilitar as coisas. Em 1996, a mineirinha lançou seu segundo disco, usando o nome Ana Rayo.
Procurando bem na internet, conseguimos encontrar um vídeo dessa época, no qual a cantora se apresenta no programa de TV “Canta Viola”. Paula Fernandes ou Ana Rayo era contratada da atração que chegava às TVs da região de Campinas (SP). A música de trabalho era “Voarei”, primeira grande aposta de Paula Fernandes, composição de Elias Muniz.
A inspiração para o nome artístico que Paula usou na adolescência surgiu da novela “A História de Ana Raio & Zé Trovão”. A trama se tornou um dos maiores sucessos da extinta TV Manchete e contava com Ingra Liberato e Almir Sater nos papéis principais. Essa foi a primeira novela a contar com a participação de Sandy & Junior.


sexta-feira, janeiro 02, 2015

Ausência, Parcialidade e Carta Branca


Nosso comentário:


"Défice de imparcialidade", "conjunto de mistificações" e mensagem "alinhada com o Governo". PS, PCP e Bloco não pouparam nas críticas à mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Já o PSD e o CDS-PP revêem-se nas palavras do presidente e apelam ao consenso político."


Acabo de transcrever um título da imprensa referindo sinteticamente a maneira como foi vista, por parte dos Partidos Políticos, a mensagem de Ano Novo do Presidente da República.
Ora bem, sem qualquer tentativa de colagem à esquerda ou à direita, afirmo apenas o que parece por demais óbvio, a mim e a qualquer português que na apreciação da actuação deste PR queira ser isento e objectivo.
Este Presidente da República, que deveria ser de todos os portugueses, tem-o sido só de alguns portugueses. 
Nem é preciso ler muito e ouvir muito a respeito, pois os actos falam por si.
O país habituou-se ao presidente ausente das suas vidas que Cavaco Silva é. Não fala deles, dos seus sonhos, das suas dificuldades, do seu sofrimento, do empobrecimento a que o seu partido tem encaminhado o país. Ou seja, não fala nos graves problemas que afectam a República de que é o expoente máximo em responsabilidade.
Antes preferiu sempre dizer que disse, dizer que avisou, dizer que sabia, mas na prática caros leitores, um homem como ele, que anda na política desde que me conheço, desempenhando os mais altos cargos da Nação, só pode ser o mais alto responsável pelos problemas de que se ausenta nos seus discursos, de que vai lavando as mãos, como se o que acontecesse nada lhe dissesse respeito.
Será esta a imagem que me deixa, um Presidente que disse que disse, que disse que avisou, que disse que sabia, este PR que, num final de mandato, como se não bastasse a borrada feita, deixa o país  durante um ano ou mais, arrastar-se em campanha eleitoral num desgaste e lavagem de roupa suja permanentes.  

PS. A relação entre PR e governo sugere-me esta definição de "CARTA BRANCA" que vos deixo.

CARTA BRANCA

Esta expressão significa: liberdade total para tomar decisões e em sentido metafórico, um acordo oral entre duas pessoas, normalmente como sinal de que há confiança entre as partes envolvidas.
O ato de"dar carta branca" ou "ter carta branca"significa a livre e absoluta permissão para agir em determinada ocasião ou fazer algo da maneira como for mais conveniente para a pessoa que recebe esse poder.
É pois uma liberdade plena de tomar decisões.

Em Inglês diz-se: "to give a free hand"

Fiquem bem

António Esperança Pereira


Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...