terça-feira, maio 27, 2014

Derrota do governo: Vitória da abstenção


Resultado das Eleições para o Parlamento Europeu

eleiçõesO resultado das eleições de deputados para o Parlamento Europeu traduziu-se na maior derrota eleitoral de sempre da coligação PSD-CDS e confirmaram o profundo desejo de ruptura com a política de direita, imposta ao povo português pelo Governo e a troika (CE-BCE-FMI).
A dimensão da perda de 36%, 3 deputados e 521 mil votos em relação às eleições para o Parlamento Europeu de 2009, demonstra a brutal erosão da base social de apoio do Governo do PSD-CDS. Uma derrota que ganha ainda maior expressão quando se verifica que, em relação às legislativas de 2011, PSD e CDS perderam, no conjunto dos seus votos, mais de 67,7%.
Esta foi a resposta clara que emanou das urnas de voto a um Governo que fez dos trabalhadores e do povo os seus inimigos e da mentira, da manipulação e da mistificação, o seu cartão de apresentação e o manual da sua política oficial.
Os resultados das eleições para o Parlamento Europeu mostram, também, uma redução da percentagem global dos partidos comprometidos com a assinatura do memorando da troika, e um protesto inequívoco contra a política neoliberal da UE.
Estes resultados são a prova de que vale a pena lutar contra os que nos querem condenar a um presente de retrocesso e a um amanhã sem futuro.

PS. Deixo-lhes um poema de minha autoria, escrito à "boca das urnas"

Vitória da abstenção



Acorda poeta diz a Portugal
A tristeza em que se tornou
Um ato eleitoral

Votar seja no que for
É um gesto afirmativo de existir
Uma opinião própria guardada
Por sair
Que devia ser mais participada

Escolher caminhos diferenciados
Um rumo contrariando os poderosos
Clamar por justiça mobilizados
Justificam não sermos preguiçosos

Ante uma conquista como esta
O VOTO
Deveria o povo sentir festa
Não a monotonia
De um sofrido recôndito devoto

Pôr-se no lugar do examinando apto
Que pode chumbar o examinado inapto

Sei que o cidadão se arrasta por exausto
Por saber que pouco pode ante o poder
Daí que em vez de festa fica seca
O ato cívico que devia ser prazer

Sobe em flecha a abstenção
Ganham os que disso se aproveitam
Não os que merecem
E quer se queira quer não
Sobra da Democracia uma ilusão.
 
Fiquem bem

António Esperança Pereira


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