
Gostamos do cor de rosa como cor e como maneira de equilibrar a vida.
Mais vale ser optimista que pessimista, antes a cor do amor, da alegria, da flor, que o negro escuro da tristeza, da falta de esperança, da desistência de lutar.
Saudamos mais quem faz do que quem faz que faz e só desfaz.
O nosso aplauso para os CRÍTICOS AVULSO (título de livro) aqueles críticos do bota abaixo, do quanto pior melhor, é nulo.
Somos contudo realistas, por isso mesmo, sabemos que A VIDA SOBE E DESCE, também título de livro que escrevemos...
E porque somos realistas, porque o NATAL é muito mais para uns do que para outros, porque nos dizem para poupar, porque esta crise está longe de ser explicada convenientemente, porque nos zangamos por isso, aqui fica um desabafo mais realista, menos cor de rosa. É assim:
POUPEM POUPEM...
Crise três em pipa de assustar
poupem poupem
dizem os banqueiros descaradamente
os mais ricos
os bem pagos
que tão galhardamente
nos fizeram acreditar
na multiplicação dos pães
melhor
na multiplicação aritmética
geométrica
dos bens
sentia-se que os malabaristas
“incompetentes” economistas
tinham curtas vistas
nasciam produtos mais produtos
vender vender vender
faziam crer
que o último grito da moda
a novidade
era sempre possível de se ter
e o Zé pagode bom levado
crente
comprava pagava
endividava-se
dir-se-ia que coleccionava
o que a sociedade farta
lhe impingia
juntou-se o roto ao nu
com tal ciência
uns sem dinheiro para comprar
outros com produtos por vender
e a economia está o que se vê
puseram números estatísticas
no lugar das pessoas
agora nem há números
nem pessoas
há umbigos confundidos
que eles criaram
há desespero e medo
que geraram
mas também há
quem não se assuste com tão pouco
os que não tremem
por a queda se a houver
ser mais pequena
os que se habituaram a ver fartura
nos pomares nas hortas
nas searas
nas azedas nas amoras
nas refeições caseiras
na pródiga terra mãe
abandonada
pois se foi mentira
tanto dinheiro de plástico
e se o que estiver a haver
for um acerto
pois que o haja
mesmo que seja drástico
quem fez a cama que se deite nela
e que o tombo
a havê-lo
contemple à risca
os que pregaram
a farsa liberal capitalista.
Em "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" de António Esperança Pereira, Editora Bubok
http://lusito.bubok.pt
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Obrigado pela atenção
Continuação de um óptimo fim de semana,
António E. Pereira
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