domingo, maio 23, 2010

Pobres e pedintes


O chão frio
pedinte estático
muito baixo por prostrado
mais baixo ainda
visto dele
pobre carcaça
mirando lá no alto
a gente apressada
citadina activa
que passa

vida e morte
lado a lado
como se do mesmo
se tratasse

imagem vulgar
de uma cidade qualquer
que significa
querer mais e não o ter
querer andar e não ter passos
querer agradecer
rezar
ser grato
e não haver de quê

tive este pensamento
triste
em assento baixo
quando descansava
ante grande movimento
de populaça
e esperava
fazendo tempo

ao pé de mim
naquela situação
eu pousado
em desconforto
bem no chão
muitas caras a andar
outras paradas…

estacionara
um corpo de mulher
que em saltos altos
quase me pisava

via-se pouco de onde me sentava
entalado que estava
entre um degrau
de escada
e o corpo que estacionara

mas percebia que o que via
subia subia subia

eu disfarçadamente
para ocupar o tempo
já se vê
seguia com os olhos
até onde podia
o monumento

leggis pretas meio grossas
umas flores
que não sei pelo escuro que fazia
em que jardim
cresciam

pouco mais se via

cautelosamente
naquela curiosidade tola
saloia
levantava
depois baixava
o olhar
não fosse quem passasse
e me visse assim
pensar
coisas sobre mim
de envergonhar

foi assim que estive
acanhado e pouco
pequenino e pobre
qual pedinte vulgar
de uma cidade qualquer
a ocupar o tempo
até a pessoa que esperava
chegar

4 comentários:

  1. Oláaaaaaaaa meu amiguito, adorei o poema
    Cá estou como seguidora!!!
    Jinhosssss

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  2. Filó amiga que grande honra... uma seguidora de peso!
    Beijinho e obrigado.

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  3. Temos poeta!!!! No meu perfil de facebook estás em destaque :-)
    JP

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  4. JP obrigado pelo comentário e... pelo destaque no facebook:)
    Volta sempre!

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