
Havia no meu campo
meninice
imensa bicharada
muitos ratos imundice
no sótão na dispensa
na cozinha
uma nocturna barulheira
em correria
que inspirava pesadelo
combatia-se o rato
com veneno
engendravam-se armadilhas
ratoeiras
soltava-se-lhe o gato
muitas vezes toda a família
se unia em estratégia
na caçada
amenizando o tédio
a pasmaceira
da noitada
hoje em loja de perder de vista
luxo multimédia
na moderna capital
outra vez o rato
não o bicho
mas a peça fundamental
para o computador actual
capaz de levar o utente
ao pesadelo
por não tê-lo
quem diria ao menino de sua mãe
anos lá atrás
que haveria ratos assim
em prateleira…
com luz sem luz
com fio sem fio
grandes e pequenos
tal como dantes
ratazanas e ratinhos?
que paralelo estranho
de um passado diferente
aqui lembrado
evocado
em formato de presente…
outros os ratos outra a gente!
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