sábado, março 27, 2010

os amantes


Tempestade adormecida
que não esquecida
o sangue ferve na manhã adversa
ficam os nervos sem controle
angústia aperta

voam pelo ar objectos
insultam-se os amantes
cresce o azedume
na cabeça perdida
pelo ciúme

num respirar a folgar o coração
olhando o fora do apartamento
quase implorando
clamando
solução

um intervalo na tensão…

em vez de clareira sol
azul celeste
há nuvens negras baixas
temporal
um carregado tão agreste
que não indicia saída
para este mal

parece irremediável
a situação
mentes perdidas
divididas pela razão…

até que um ruído irrompe
ecoa
e a campainha do prédio soa

publicidade
o carteiro um pedinte
um furtivo rapazola a passar
alguém interrompe
como por milagre
o vendaval

também o céu começa a clarear
pondo um raio de luz
discernimento
rompendo a angústia do lugar

recua a fúria no espaço
no movimento
acalmam-se as vozes dos amantes

a luz que não havia antes
e que entrou
como por encanto
quando a campainha tocou

canalizou
um cansaço brando
um cone de céu
que os acalmou e reconciliou

Sem comentários:

Enviar um comentário

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...