
Convém chamar periférico
pequeno a Portugal
disfarça o pouco engenho
de quem é eleito
para bem o representar
e só dele sabe dizer mal
defende assim o seu mandato
um bom tacho
sem nada acrescentar
assina o ponto
é porreiro no falar
e chora
choro também eu de outra maneira
por ver postos de lado
sonhos grandes
país o meu
atlântico com possibilidades…
históricas geográficas inatas
esquecidas enjeitadas
deitadas fora
mesmo as de agora
quando em talento se alevantam
com asas grandes velas infladas
logo murcham
por ensarilhadas
desloca-se essa gente
em luxuosos aviões
gastam euros não tostões
para fazer nada
comparado
com o que fizeram
os que em toscas naus
partiram e obra deram
ao menos que a nova gente
letrada ilustre
engravatada
ao conforto do bocejo
da aérea primeira classe
da boa mesada
junte sonhos
uma voz afirmativa
que ponha Portugal no sítio
que merece
que ganhem algum brio
pelo que fazem
não fastio
que ponham lusa luz
de novo
no tempo que acontece
Sem comentários:
Enviar um comentário