sexta-feira, novembro 06, 2009

Povo grande


Entendo quando o barco á vela
e a carroça
eram transportes importantes
quando a concorrência
dos lusos encostados ao atlântico
eram potências…

que a voz faltasse
a esperança mingasse
que as lágrimas disfarçassem
a solidão
da ousadia
de ser Nação

quis independência
e Portugal sofria
na pele na alma
geográfica consequência

mas os deuses já sabiam
que aviões viriam e com eles outras distâncias
que Portugal fazia bem e falta como era
no sítio atlântico em que pousava

hoje a poucas horas de Moscovo e Nova Iorque
no centro da geografia do mundo
Lisboa ponte amiga um povo eleito
vizinhos poderosos hoje unidos
milhões de irmãos amigos
falando português!

que falta pois a este povo
para sentir isto
esta vocação histórica de ser grande
medianeiro diplomático pioneiro?

abram-se os olhos
avivem-se certezas
pois se Portugal esteve cá
e se foi grande
quando o longe se cumpria
á vela ou de carroça

o nosso hoje aqui neste pomar
moderno
é um lugar ao sol bonito amado
em que só não acredita nele
quem não gosta dele
ou quem…

depois de tanto o ver andado
anos séculos desafiados
experimentados
nem acredita no que vê
cego
na descrença triste fado

sabe-se lá porquê!

para quem o povo português
em vez de ser o cântico dos cânticos
uma elegia um poema heróico
mais parece soneto de sepulcro
um beco sem saída
morte e dor ultra romântica…

sabe-se lá porquê!

1 comentário:

  1. Muito bem!
    Nao temos motivos para deixar de ser um "Povo grande", como o fomos no passado.
    Hoje temos tantas portas abertas e oportunidades que outrora não tinhamos, por isso, vamos continuar a ser grandes.
    Bjnhs
    sp

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