
Corpo feminino
em branco arejado vestidinho
top bem pretinho a contrastar
tapando destapando
no andar
uns seios redondinhos
em baixo uns passos sem pisar
devagar mas a voar
assentes em sandalinhas
com correias ás voltinhas
a circundar a ressaltar
o pendular movimento das perninhas
em cima ar engraçado tonto
atento desatento
um rosto de avezinha
a abanar a desafiar
ajeitando com a mão
e com trejeito a franjinha
no quiosque da esquina
homens rudes vêem-na passar
entre arrotos de petisco
e aguardente
começam a vociferar
palavras que porcamente
atiram em jeito peculiar
com tais verbos de arrepiar
atirados á avezinha
só conseguem exaltar
a sua fragilidade
a sua graça
a sua beleza breve
só comparável…
pela candura pela leveza
pela delicadeza
ao esvoaçar de uma andorinha
a um risinho de criança
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