sexta-feira, julho 03, 2009

cheirinho a anarquia


Cedo fiquei anarca sem ficar
em França livre terra prometida
eu ouvia olhava admirava
no sítio acampado onde ficara
jovens partilhando bens
as namoradas
tudo!

era o futuro então incerto
democracia por vir
no Portugal austero deserto
eu como bom português que era
e por falta de hábito
tanta liberdade arrepiava

não quis alinhar com medo de gostar
disse que não quando quis dizer que sim
logo parti com receio de ficar

era ousado demais o á vontade
era abertura a mais para a minha idade
era avançada demais a ideia
para as pedras as giestas
os xailes pretos da minha aldeia

contudo da experiência breve que espreitei
na fotografia gravada em minha mente
o que ficou
foi uma mão cheia de gente
irreverente
que ousava viver em utopia

longa ou breve a utopia
boa ou má não sei
mas quem a vivesse
tal o cheiro a novidade
a partilha a amor a idealidade
jamais a esqueceria!

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