O meu carro avariou
na rotunda do marquês
com a sorte do meu lado
pois era a primeira vez que ficava empanado
ia já para uns pares de anos
fiquei como se fica
nestas situações
enervado
tudo a passar eu ali parado
entrava no carro saía
tentava acalmar não acalmava
até que uma jovem polícia apareceu
depois de outros agentes também aparecerem
solícitos cordiais
a perguntarem como estava
vinha de mota
e eu que já gostava de motas
depois de a ver
passei a gostar mais de polícias
descobriu num instante
coisas que eu não descobrira
pegou no triângulo que assinalava a ocorrência
que caíra
por mim mal encostado
à traseira do carro avariado
descobriu-lhe uma terceira aba
e colocou-o à distância certa
foi então que a rotunda virou ilha
eu era o náufrago e seguia
todos os movimentos dela
elegante eficiente imperturbável perturbante
deusa agente
indescritivelmente bela
até parecia como no imaginário
que na minha pele de náufrago
a barba me crescia
e os olhos ficavam esbugalhados
como não há bem que sempre dure
nem mal que nunca acabe
a linda mulher partiu
eu fiquei a olhar para ela
e um dia que parecia estragado
complicado pela avaria
acabou numa lição de cortesia
amor e simpatia
que deixou saudade
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