segunda-feira, agosto 20, 2007

o peito e o relógio

A nuca encostando para trás
os olhos fechando regalados
com o ar entrando pelas narinas
e o peito consolado
com o movimento ritmado
de tanta vida que se passa ali

centro-me aí
com toda a atenção
lugar pulmões e tanto coração

como quem em tamanho pequenino
se senta ali
numa cadeirinha
a vê-los funcionar

pulmões e coração

observo-os e é como comparar
num relógio o ponteiro dos minutos
e o ponteiro dos segundos

um mais calmo
distendido
a encher a esvaziar mais devagar
o outro mais inquieto
tic tac tic tac
sempre a pulsar

eu sentado na cadeirinha
a olhar e a pensar

um relógio pode parar
porque é fácil de arranjar
mas o peito se parasse
o sangue o ar
o que iria acontecer
sem ninguém para o consertar(?)

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