O Presidente francês, Emmanuel Macron e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi reafirmaram hoje que querem "agir conjuntamente no espaço Indo-Pacífico"
Apoio da União Europeia
A União Europeia já manifestou a sua solidariedade com Paris, nesta matéria, com declarações do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e do chefe da diplomacia comunitária, Josep Borrell, a denunciaram e "falta de transparência" dos EUA na crise dos submarinos australianos, a que se juntou a posição de vários países europeus, incluindo Portugal.
Os EUA e o Reino Unido já disseram que não permitirão uma crise com a França, com o Presidente norte-americano, Joe Biden, a manifestar a vontade de conversar com o seu homólogo francês e com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a dizer que a relação entre Londres e Paris é "indestrutível".
O comunicado de imprensa do Eliseu não menciona a crise diplomática, mas indica que a abordagem de Paris e Nova Deli tem "a ambição de promover a estabilidade regional e o Estado de Direito, enquanto descarta qualquer forma de hegemonia" na região Indo-Pacífico, o epicentro das tensões entre a China e os EUA.
Relação entre França e Índia
"Será fortalecida a cooperação bilateral em todas as áreas, em particular na área económica", acrescenta o comunicado da presidência francesa.
Nos últimos anos, a França aproximou-se da Índia, seja através de operações militares conjuntas no Oceano Índico ou pela abertura à Marinha da Índia das suas bases militares na região do Indo-Pacífico.
Os líderes franceses e indianos concordaram em manter "intercâmbios regulares para coordenar" antes da cimeira do G20 -- que se realizará em 30 e 31 de outubro, em Roma - e antes da cimeira do clima em Glasgow, no início de novembro.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, deve encontrar-se com o seu homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, ainda hoje, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral anual da ONU.
Emmanuel Macron, que ainda não falou publicamente sobre a crise, também deve reunir em breve com Joe Biden, que falará hoje na sede da ONU e que já manifestou vontade de conversar pessoalmente com o seu homólogo francês.
Pacto AUKUS
Os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido anunciaram na passada quarta-feira um pacto, intitulado de pacto AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo saxónicos), destinado a enfrentar a República Popular da China na região Indo-Pacífico, reforçando a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a Inteligência Artificial, sistemas submarinos e vigilância em longa distância.
Uma primeira consequência foi o cancelamento, pela Austrália, de um contrato com a França para o fornecimento de submarinos convencionais.
França tinha um contrato para a entrega à Austrália de 12 submarinos com propulsão convencional no valor de 56 mil milhões de euros, que foi cancelado por Camberra, que comprou posteriormente os submergíveis aos Estados Unidos.
Durante a conversa telefónica de hoje, Macron e Modi também "expressaram sérias preocupações sobre a situação no Afeganistão", onde defendem que os talibãs no poder devem "cortar laços com o terrorismo internacional, deixando que organizações humanitárias operem em todo o território e respeitando os direitos fundamentais dos afegãos".
Fiquem bem,
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...a ver o que sai...(poemas) | António Esperança Pereira - Bubok
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