sábado, maio 09, 2020

Dia da Europa

 

Hoje comemora-se o Dia da Europa. Aproveito um post  meu de 2011 para evocar este dia. Numa altura em que a União Europeia parece por vezes vacilar, acho o post oportuno. A memória curta de alguns países parece ditar uma espécie de "Oh Abreu dá cá o meu". Ou seja alguns nacionalismos vêm novamente ao de cima, o Reino Unido abandonou a UE. Outros parecem em quebra de empenho neste projeto fantástico que tem trazido ao continente europeu uma era de PAZ E PROSPERIDADE.
Oxalá a Europa se vá redescobrindo, não deixando que os países europeus voltem a cair no "orgulhosamente sós". No mundo como está, cada país isolado por si só, existirá com dificuldades acrescidas. Portugal viveu isso com o "orgulhosamente sós" e sabe bem a pobreza e o abandono a que foi votado nesse tempo.
Fica, pois, o que escrevi (texto e poema) em 2011.



 


Começo por dizer que ninguém de boa fé aplaude o que os nazis comandados por Hitler fizeram. Aquilo foi muito feio, deplorável mesmo, arrepiante. Todavia, outros lideres mundiais, de quem nem vale a pena citar o nome, vocês conhecem-nos, se fartaram igualmente de matar. Só que os respetivos povos, não têm/tiveram culpa das mentes perversas de tais chefes.
Uns fizeram-no com napalm, bombas atómicas, armas inteligentes, aviões telecomandados, execuções sumárias dos seus povos, outros disparando nos vizinhos como quem caça perdizes ou coelhos. Foram dizimados nativos, bens e colheitas destruídos. Houve racismo violento, confrontos, humilhações, muitas mortes.
Houve circos de feras com pessoas a elas lançadas.
Com palmas e tudo!
Contudo, a Alemanha apesar dos horrores mundiais de violência, talvez porque é indispensável a uma Europa Unida terá que pagar sempre a fatura histórica do seu "crime". A verdade seja dita, os europeus menos convictos, também os que de europeus só têm o BI, colaboram em tal patranha.
Porquê?
Quem receia tanto esta Europa Unida?
A Rússia mostrou já interesse em aderir ao euro.
De Gaulle falou numa Europa Unida do Atlântico aos Urais.
Deixo esta reflexão, numa altura em que muito está em jogo, ganhar ou perder, avançar ou recuar, em suma, SIM à Europa, ao euro, à liberdade de fronteiras abolidas, à Europa forte e pacífica...
ou NÃO a tudo isto, tantas conquistas que só quem viveu antes delas lhes sabe dar o valor.
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Relembro um poema escrito em Berlim. Para que se cumpra o sonho EUROPA:


BERLIM UM DIA

Glória e holocausto perfeito casamento
grandeza variada nesta cidade imensa
a Europa toda aqui em tamanho de cidade
cheiro a esforço a guerra a confusão
quezílias de outros tempos
outra idade

ideais em dose múltipla
força fraqueza em cada geração
perda ganho intervalo
humilhação
o poder de uma potência
e a impotência do poder

criar reconstruir para voltar
a renascer
de um caos manicómio ensanguentado
agiganta-se o homem quando
o desafio é grande
não dorme não entende
não se resigna

a ferida dói é funda
mas não desiste
desinfeta
trata
cura

neste quarto sossegado morno
nórdico
em romance apaixonado
doce
com som de fundo melancólico
de Schubert
a paixão certa hoje aqui
em Berlim paixão errada dantes

quem sabe cidade secular
espelho maior da Europa
sempre em guerra
não venhas a ser um dia
a dor curada
a paz sonhada
a capital da nossa Europa
toda unida!

Em, António Esperança Pereira PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" Bubok Editora

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