sábado, dezembro 31, 2016

Ano Novo, expressões antigas!


Nosso comentário:

Aqui em Lisboa, à hora em que partilho as expressões bem interessantes da Língua Portuguesa que deixo abaixo, já passa da meia-noite.
Ora, se já passa da meia-noite, quer dizer que acabamos de deixar o dia 30 para entrarmos no último dia do mês de Dezembro, dia 31, que é, simultaneamente, o último dia do Ano de 2016.
Por isso mesmo aproveito para desejar a todos os leitores do blog, familiares e amigos, um excelente Ano Novo.
Agradeço de coração a preferência que me têm dado, emprestando com a sua presença a grande razão de ser do blog. 
E tantos são, espalhados pelos cantos do mundo...
Um obrigado a todos!

Desejo um Feliz Ano Novo,

António Esperança Pereira




Expressões curiosas usadas na Língua Portuguesa!


JURAR DE PÉS JUNTOS:
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para nada dizer além da verdade. Até hoje, o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.
TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando o seu cavalinho da chuva porque não te vou deixar sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e, se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, num lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
DAR COM OS BURROS NA ÁGUA:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde os tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul ao Sudeste sobre burros e mulas. O facto era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande esforço para conseguir algum feito e não consegue ter sucesso.
GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivo de joias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto, eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído ao mesmo, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para designar algo muito bem guardado...
OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida para significar que está tudo bem, teve a sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma baixa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum (zero) morto), expressando a sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".
ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se  numa árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro das suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém soube se encontraram as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados a Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou-se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.
PARA INGLÊS VER:
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram  criadas apenas "para inglês ver". Daí surgiu o termo.
RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente a sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa."
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea num aldeão de nome Angel.  Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a ver ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse os  seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.
ANDAR À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar.
QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, adulterou-se. Inicialmente dizia-se quem não tem cão caça como gato, ou seja, sozinho, esgueirando-se, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.
VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freire analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contactos comerciais, o europeu contagiou-se de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e lavava-se da cabeça aos pés nos rios, além de usar folhas de árvore para limpar os bebés e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

quarta-feira, dezembro 28, 2016

Língua portuguesa, a ONU e Guterres


Nosso comentário:

Independentemente dos protagonistas destas andanças em prol da Língua Portuguesa, sou daqueles que valorizam sobremaneira a expansão que a mesma tem tido.
Quando nasci, aprendi a falar português, a entender-me com os pais, avós, amigos, professores, todos os demais, nessa língua que se falava na minha terra.
Prezo muito isso.
Então quando leio estas notícias que nos dizem da grandeza dessa Língua, da sua expansão e importância para o mundo, sinto mesmo um não sei quê que me ajuda a "pertencer". A ser parte dos que a falam.
Como que essa Língua Portuguesa saísse, tal como eu, de uma terra pequena, sem saber bem por onde andava neste mundo, para depois descobrir novos horizontes, um mundo sem fim de gente e de distância...
Depois escrita, falada, aperfeiçoada, cresceu, correu mundo, para encantar e servir cada vez mais gente, gente que se conta por milhões e mais milhões, espalhados por todos os cantos do mundo.
Aqui para nós, que ninguém nos ouve, consta-me até que está já entre as 5 Línguas mais faladas do planeta!

Continuação de Festas Felizes,

António Esperança Pereira


Da Agência Lusa

O embaixador do Brasil junto à  Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão, disse hoje (28), em Lisboa, que para o português ser uma das línguas oficiais dos fóruns internacionais serão necessários dinheiro e vontade política dos países do bloco lusófono. As informações são da Agência Lusa.
É preciso vontade política e dinheiro dos países lusófonos para afirmar formalmente a língua portuguesa nos fóruns internacionais. “É problema político, porque uma decisão política, com frequência, faz nascer dinheiro”, disse à Lusa o diplomata, que está no cargo há cerca de quatro meses. Segundo ele, o dinheiro é importante “para realizar o pagamento de tradutores e de outros elementos necessários para ser uma língua oficial da ONU”, por exemplo.
Atualmente, a Organização das Nações Unidas tem seis línguas oficiais: o castelhano, o inglês, o mandarim, o russo, o francês e o árabe. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, comentou que “o fato do novo secretário-geral da ONU (o ex-primeiro ministro português António Guterres) ser um lusófono é, sem dúvida, uma oportunidade extraordinária para a CPLP e para a língua portuguesa”.
Sousa lembrou na XI Cimeira da CPLP, realizada em novembro, em Brasília, foi aprovada uma proposta para que o português seja uma língua oficial nas Nações Unidas. Ele disse que a proposta foi feita pelo presidente do Brasil, Michel Temer, e não constou da declaração final da cimeira, mas foi aprovada por aclamação.

Saiba Mais

O próprio António Guterres afirmou, durante a cimeira de Brasília, que gostaria de ver o português tornar-se uma das línguas oficiais da ONU, mas frisou que isso depende “de decisões da Assembleia-Geral” da entidade. E uma vez mais digo: ainda não sou secretário-geral", acrescentou.

Expansão cultural

Sobre a expansão do português, o embaixador Mello Mourão disse que a divulgação da língua não se faz apenas por vontade dos governos e que “o fortalecimento cultural das expressões em língua portuguesa são também um elemento fundamental para a sua disseminação, nomeadamente na atuação do Instituto Camões (que promove a cooperação e o estudo do português), dos Centros de Estudos Brasileiros e leitorados espalhados pelo mundo.
“Para expandir a língua não basta haver uma motivação econômica, porque esta oscila a bel-prazer do mercado, tem de haver uma motivação cultural, porque esta permanece”, avaliou o embaixador.
Sobre o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), Mello Mourão disse que “é um instituto internacional de língua relativamente novo se comparado a outros organismos, como a Alliance Française (França), o Instituto Goëthe (Alemanha) ou o British Council (Reino Unido)”.
Entretanto, segundo o diplomata, o IILP “está solidamente estabelecido como o instituto encarregado da promoção da língua portuguesa ". O instituto, segundo Mello Mourão, começou a tratar de "um tema importante, que é a realização de um vocabulário ortográfico comum (VOC), que dá uma estrutura única à língua” de origem lusitana.
“A cultura é uma forma de estimular as relações comerciais, porque a cultura atrai e a medida de que as pessoas são atraídas pela cultura, elas ficam a conhecer todos os aspectos, a realidade daquele país em que estão interessadas”, acrescentou o embaixador brasileiro.

Edição: Augusto Queiroz

segunda-feira, dezembro 26, 2016

Mudaria o Natal ou mudei eu?

Nosso comentário:

Retirei do Boletim do OLP (Observatório da Língua Portuguesa) este magnífico soneto de Machado de Assis.
Um soneto atualíssimo que se aplica a tantos de nós.
Não lhes vou dizer quem foi Machado de Assis, pois é daqueles homens que enchem páginas e páginas só para dar um cheirinho da sua vida e obra.
Para quem quiser aprofundar o seu conhecimento sobre este ímpar intelectual brasileiro do Rio de Janeiro, deixo um link da Wikipédia que poderá ajudar. Vale a pena dar uma vista de olhos:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis




“Mudaria o Natal ou mudei eu?”
Soneto de Natal





Machado de Assis


Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,

E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.


Escolheu o soneto… A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.


E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”
                 


Continuação de Festas Felizes,

António Esperança Pereira



quarta-feira, dezembro 21, 2016

Pensamentos relaxantes


Nosso comentário:

Acabadinho de receber, divulgo um e-mail com o título "Pensamentos relaxantes"; e faço-o, porque não quero falar do que me apetecia falar.
Por vezes há tanta coisa na minha cabecinha que me apetecia desabafar que prefiro optar pela partilha do e-mail inofensivo e humorístico citado atrás.
Não é altura para desabafar coisas sérias.
É Natal e as pessoas, pelo menos a grande maioria gosta de fazer desta quadra um momento de festa e esquecer as quezílias e acontecimentos stressantes e mais condenáveis.
Há um esforço, reconheça-se, por tentarmos convencer-nos que esta quadra natalícia é de paz, de concórdia, de luzinhas, de prendinhas no sapatinho e fora dele, de beijinhos, de doces, e assim por diante.
Mas é exatamente por isso, por esta quadra pretender ser isso tudo que acabei de dizer e não coincidir em nada com o que a realidade mostra, que mais apetece ter hoje o tal desabafo.
Há muita coisa a acontecer demasiado grave e má de se ver, de se entender, e a gente cala-se.
Prometo que hoje também me vou calar sobre tudo isso tão mau de se ver, de se entender.
Afinal de contas, é Natal e muita gente ainda acredita na ténue esperança no meio do caos, que o Natal, pelo menos simbolicamente, representa.

Fiquem bem

António Esperança Pereira



Pensamentos relaxantes:

“ Quando Galileu demonstrou que a Terra girava… já os bêbados sabiam disso há séculos! ”

               “As nuvens são como os chefes… quando desaparecem fica um dia lindo…”

“ 97% da população não acredita nos políticos, os outros 3% são os políticos.”
“ A hierarquia é como uma prateleira: quanto mais no alto, mais inútil.”
“  Por maior que seja o buraco em que te encontras, sorri, porque por enquanto ainda não há terra por cima.”

“ Se te estás a sentir sozinho, abandonado, a achar que ninguém te liga… atrasa um pagamento.”

“ Se não puderes ajudar, então atrapalha, afinal o importante é participar.”

" Errar é humano... colocar a culpa em alguém é estratégico.”

“ Antes, eu tinha amnésia, hoje não me lembro.”

“ Não bebas enquanto conduzes! Porque podes entornar a cerveja.”

“ Bebo porque sou egocêntrico… gosto quando o mundo gira à minha volta.”
“ Vivemos tempos em que o fim do mundo não assusta tanto quanto o fim do mês.”

“ Eu não sou contra nem a favor, muito pelo contrário!”

“ O para-quedas é o único meio de transporte que, quando avaria, você chega mais depressa.”

segunda-feira, dezembro 19, 2016

A bica e os três pastorinhos!


Nosso comentário:

Ainda na senda dos cafés "Chave D'Ouro" que são servidos no sítio onde por vezes passo e tomo café, registo no blog mais quatro datas com a devida importância.
Esta iniciativa de prestar tributo a certas datas importantes é uma iniciativa da marca de cafés mencionada.
Já o afirmei em posts anteriores, que me apraz registar tudo o que seja trazer até nós conhecimentos interessantes, e até notáveis, dentro da máxima: "o saber não ocupa lugar". 
Logo, sou um simpatizante de tal iniciativa que me põe a ler com muito agrado, as pequenas notas históricas, enquanto tomo a bica.
Tais notas escritas nos pacotinhos de açúcar que acompanham cada "bica", integram a coleção que dá pelo nome genérico de 100 EVENTOS MARCANTES DA HISTÓRIA DE PORTUGAL.
Transcrevo abaixo as últimas que li, durante o fim de semana:

Ano de 1916 - Abertura do Café Chave D'Ouro.
Foi fundado no local de uma antiga casa de ferragens, no Rossio, em Lisboa.
Ocupava toda a área do edifício onde funcionavam restaurante, café, salão de chá, tabacaria, barbearia e bilhares.

Ano de 1917- No dia 13 d Maio, três crianças, Lúcia, Francisco e Jacinta, afirmaram ter visto "...uma senhora mais branca que o Sol" sobre uma azinheira, quando apascentavam um pequeno rebanho em Aljustrel.

Ano de 1920 - A 23 de Julho nasce em Lisboa, no seio de uma família de fracos recursos, a representante máxima do fado: Amália Rodrigues.

Ano de 1939 - Começa a Segunda Guerra Mundial.
Uma nota oficiosa do governo português anuncia neutralidade portuguesa no conflito europeu.

Fiquem bem

António Esperança Pereira



domingo, dezembro 18, 2016

Como os portugueses passam o Natal?


Nosso comentário:

Retirei um mini inquérito da Internet sobre as preferências dos portugueses para passar o Natal.
Claro que a Família, também os amigos, são o alvo principal da lusa gente. Todavia, não deixa de ser interessante que se torna cada vez mais difícil albergar todos os familiares, já que a maior parte das vezes o espaço disponível para o fazer é exíguo.
Daí surgirem aquelas situações caricatas de alguns dos familiares reunidos, nove em média, terem que dormir no sofá ou mesmo no chão.
Esse facto tem motivado o recurso cada vez mais frequente de famílias a considerar passar as Festas do Natal num alojamento para férias.
Enfim, sinal dos tempos!!!

Fiquem bem

António Esperança Pereira


PS. deixo o texto alusivo ao tal mini inquérito que retirei da Internet

Inquérito:

O inquérito realizado a 7000 famílias em 14 países, incluindo Portugal, revela que 88% dos portugueses vai passar o Natal com a família, sendo que os respondentes lusos são os que mais valorizam o tempo em família, caracterizando este período de convívio como muito ou extremamente importante.
Alojar toda a família numa só casa pode ser um verdadeiro desafio para 47% dos inquiridos portugueses que indicam que vão passar o Natal em casa e 44% afirmam que vão celebrar a quadra em casa de familiares ou amigos.
O mesmo estudo revela ainda que os portugueses reúnem em média, 9 pessoas da família para celebrar esta quadra natalícia e 31,1% admite que o número de familiares ultrapassa as 10 pessoas. Sendo que o número de familiares aumenta nestes dias especiais, o espaço pode tornar-se exíguo, o que proporciona a ocorrência de situações caricatas. 34,5% dos inquiridos revela que já se viu forçado a dormir no sofá, 23% a partilhar o quarto com outra pessoa e 15% diz mesmo que já teve que dormir no chão. Estas situações são a principal razão para considerar passar as Festas de Natal num alojamento para férias. Assim, todos os convidados podem usufruir de quartos separados e beneficiarem do máximo de conforto.


quinta-feira, dezembro 15, 2016

Catarina de Bragança e o golpe do baú de Carlos II


Catarina de Bragança.

 Quando alguns Nobres portugueses chegaram à conclusão de que o negócio da venda da coroa de Portugal aos Filipes, tinha deixado de ser rendoso e tinha atingido a falência, resolveram mudar de rei.

Infelizmente, esqueceram-se de tomar providências quanto a uma previsível reação do rei deposto que, por um conjunto de circunstâncias, era, também, rei de Castela e de mais uns quantos territórios.

A guerra foi uma consequência lógica e o novo rei de Portugal, que precisava de aliados, encontrou a solução no casamento de uma das suas filhas com o rei Carlos II de Inglaterra.

A negociação do casamento foi difícil!

Carlos II tinha motivos para desejar mas, também, para temer tal casamento: desejava-o, porque a princesa era bonita e o dote poderia encher os seus falidos cofres; mas, também, receava que isso pudesse reacender a guerra com Espanha.

Resistiu até o dote da princesa ser irrecusável: foi o maior dote de que há memória no Ocidente! Portugal ficou falido, o rei português ganhou um aliado para a guerra com Espanha,  e a Inglaterra ganhou um capital que se transformou no mais rentável investimento da sua história: o império britânico!

Hoje, diríamos que Carlos II deu o “golpe do baú” !

A cerimónia do casamento realizou-se em Maio de 1662.

Assim, começou a parte infeliz da vida de Catarina de Bragança, uma princesa nascida e criada no seio de uma família com cultura, educação e hábitos tradicionais portugueses que, por sua infelicidade, foi desterrada para uma corte que, contrariamente ao que alguns escritores e cineastas de pacotilha nos querem fazer crer, era rude e atrasada em relação à restante Europa.

Catarina, teve um papel importantíssimo na modernização da Inglaterra e na alteração da filosofia de vida dos ingleses pelo que,  embora não suficientemente, ainda hoje é admirada e homenageada.
Provocou uma autêntica revolução na corte de Inglaterra, apesar de ter sido sempre hostilizada por ser diferente mas nunca desistiu da sua maneira de ser, nem consentiu que as damas portuguesas do seu séquito o fizessem.

Tinha uma personalidade tão forte que conseguiu que aqueles (principalmente aquelas) que a criticavam, em breve, passassem a imitá-la.

E assim, se derem grandes alterações na corte inglesa:

O conhecimento da laranja

Catarina adorava laranjas e nunca deixou de as comer graças aos cestos delas que a mãe lhe enviava.

O costume do “CHÁ DAS 5”

Costume que levou de casa e que continuou a seguir organizando reuniões com amigas e inimigas. Este hábito generalizou-se de tal maneira que, ainda hoje, há quem pense que o costume de tomar chá a meio da tarde é de origem britânica.

A compota de laranja

Que os ingleses chamam de “marmalade”, usando, erradamente, o termo português marmelada, porque a marmelada portuguesa já tinha sido introduzida na Inglaterra em 1495.

Catarina guardava a compota de laranjas normais para si e suas amigas e a de laranjas amargas para as inimigas, principalmente, para as amantes do rei.

Influenciou o modo de vestir

Introduziu a saia curta. Naquele tempo, saia curta era acima do tornozelo e Catarina escandalizou a corte inglesa por mostrar os pés, o que era considerado de mau-gosto e que não admira devido aos pés enormes das inglesas. Como ela tinha pés pequeninos, isso arranjou-lhe mais inimigas.

Introduziu o hábito de vestir roupa masculina para montar.

O uso do garfo para comer

Na Inglaterra, mesmo na corte, comiam com as mãos, embora o garfo já fosse conhecido, mas só para trinchar ou servir. Catarina estava habituada a usá-lo para comer e, em breve, todos faziam o mesmo.

Introdução da porcelana

Estranhou comerem em pratos de ouro ou de prata e perguntou porque não comiam em pratos de porcelana como se fazia, já há muitos anos, em Portugal. A partir de aí, o uso de louça de porcelana generalizou-se.

Música

Do séquito que levou de Portugal fazia parte uma orquestra de músicos portugueses e foi por sua mão que se ouviu a primeira ópera  em Inglaterra.

Mobiliário

Catarina também levou consigo alguns móveis, entre os quais preciosos contadores indo-portugueses que nunca tinham sido vistos em Inglaterra.

O nascimento do “Império Britânico”

Como já se disse, o dote de Catarina foi grandioso pela quantia em dinheiro mas, muito mais importante para o futuro, por incluir  a cidade de Tânger, no Norte de África e a ilha de Bombaim, na Índia.
Traindo os Tratados que tinham assumido e com a desculpa de que o rei de Portugal era espanhol, os ingleses conseguiram, apesar do controle da Marinha Portuguesa, navegar até à Índia onde criaram um entreposto em Guzarate.

Em 1670, depois de receber Bombaim dos portugueses, o rei Carlos II autorizou a Companhia das Índias Orientais a adquirir territórios.
Nasceu, assim, o Império Britânico!

Hoje, há pouca gente que saiba a importância que a Rainha Catarina teve para os ingleses e o carinho que eles tiveram por ela. A sua popularidade estendeu-se até à América, onde um dos cinco bairros de Nova Iorque (Queens) foi batizado em sua homenagem.

Em 1998, a associação “Friends of Queen Catherina” fez uma coleta de fundos para lhe erguer uma estátua; não o conseguiu, devido à oposição de alguns movimentos cívicos que acusaram Catarina de ser uma das promotoras da escravidão.

Mais uma vez, a ignorância venceu!..

Fiquem bem

António Esperança Pereira


terça-feira, dezembro 13, 2016

Timor, a Língua, a Luta, a Nação


Nosso comentário:

Sempre que posso dou uma mãozinha à nossa querida língua, a Língua Portuguesa. Não é que seja por eu dizer que tenho pena que não se cante mais em português, que não se aposte mais no mundo lusófono, etc. que consigo mudar as coisas.
Não, sei bem que não. 
Estas coisas, feliz ou infelizmente são o que são, o mundo segue o seu caminho como tem que ser, sem contemplações.
E a língua portuguesa, dada a sua pujança, a sua dinâmica própria, também não precisará da minha mãozinha.
Todavia, sinto cá dentro, sempre senti, que ela é um dos maiores bens que foi dado aos portugueses criar. E só por isso, esse sentimento que sinto, ao pensar nos nossos maiores, nos escritos sem fim, nas andanças sem fim pelos mundos de antes e pelos mundos de agora, que acho que vale a pena pensarmos, falarmos, cantarmos, em português.
Afinal de contas somos tantos!!!
Cada vez mais pessoas a entenderem-se total e cabalmente na língua de quem a fala: A Língua Portuguesa.
Retirei do Boletim do OLP (Observatório da Língua Portuguesa) uma notícia interessante de se ler. É a minha "mãozinha" de hoje à língua de todos nós, falantes de português.
Oxalá apreciem.

Fiquem bem

António Esperança Pereira


Sem a língua portuguesa não há nação em Timor-Leste


Coimbra, 09 dez (Lusa) – O jornalista inglês Max Stahl afirmou hoje em Coimbra que falar português foi um ato de resistência mas também de sobrevivência do país, considerando que, “sem a língua portuguesa, não há nação em Timor-Leste”.
Hoje, os jovens em Timor-Leste questionam-se para que “serve a língua portuguesa”, num país tão distante de Portugal ou do Brasil, mas os timorenses que lideraram a luta pela independência do país “continuam muito conscientes de que a sobrevivência da nação depende da diferença, da identidade única do povo”, onde o português se assume como uma das bandeiras, sublinhou Max Stahl.
O jornalista filmou e divulgou o massacre de Santa Cruz, em 1991, quando o exército indonésio abriu fogo sobre a população, matando 271 pessoas no local e outras 127 que viriam a morrer nos dias seguintes.
Apesar de a língua portuguesa continuar a ser “minoritária em Timor-Leste”, está no “meio de uma luta não só da língua, mas dos valores que comunicava, especialmente através da Igreja, mas não só”, sublinhou o jornalista inglês, que apresenta em Coimbra, na terça-feira, a estreia do seu mais recente documentário “A Língua, a Luta, a Nação”, sobre o papel do português na construção da nação timorense.
Para ilustrar tal consideração, o jornalista inglês recordou que os ativistas escreviam documentos em português durante a luta pela independência, assim como os comandantes “que lutavam no mato” e faziam questão de enviar mensagens em português, “apesar de os soldados não entenderem” a língua.
“Mais do que um papel simbólico, [a língua] estava na base da luta”, vincou.
Max Stahl recordou que Timor-Leste “tem muitas línguas e dialetos”, sendo que “a sobrevivência” de Timor-Leste enquanto nação “depende de valores, mas também de algumas bandeiras e símbolos”.
“Porque é que os timorenses não são indonésios? É por isso que há uma determinação de vários líderes de que esta língua vai sobreviver em Timor”, notou, sublinhando que o português “vai crescer” e que nunca houve “tantos timorenses” a falá-la, apesar de ainda ser uma percentagem reduzida.
Max Stahl falava aos jornalistas à margem do colóquio que se realiza hoje em Coimbra, intitulado “Timor: mil palavras, mil imagens”, em que participam investigadores que abordam a relação entre os ‘media’ e o processo de independência de Timor-Leste e jornalistas que acompanharam esse mesmo processo.
Depois de muitos anos a procurar contar “a história de luta pelos valores da dignidade humana” em vários países em guerra, o jornalista inglês conseguiu recolher imagens em Timor Leste que acabaram por mudar o curso dos acontecimentos.
“Foram uma porta, uma janela para outros jornalistas contarem e fazerem a ponte entre esses jovens e o mundo”, numa altura em que, apesar da situação dramática vivida no país, “ninguém estava interessado”.
Max Stahl estava “sozinho, com jovens sem qualquer poder ou perspetiva, mas que nunca abandonaram os princípios que tinham”, contou o repórter inglês que considera que um jornalista sem valores e sem “uma base consciente” é uma “pessoa muito perigosa”.
“Não acredito no jornalista neutral. O jornalista neutral é muito perigoso”, sublinhou.
A Universidade de Coimbra assinala os 25 anos do massacre de Santa Cruz e os 20 anos do Nobel da Paz atribuído a Ximenes Belo e José Ramos-Horta, com a presença dos laureados, exibição de documentários, exposição, debates, numa iniciativa que decorre entre hoje e o dia 16.

domingo, dezembro 11, 2016

Benfica-Sporting e um caminho...

Nosso comentário:

Era dia de evento grande na capital portuguesa. Mediam forças duas das mais conceituadas equipas da Liga Portuguesa.
Ou seja, era dia do dérbi que opunha Benfica a Sporting a contar para o Campeonato Nacional de futebol.
Muita nervoseira em muita gente, apreensão, crispação, mas também alegria e entusiasmo clubísticos.
As reações das pessoas que ligam a estas coisas são diferentes.
Pela minha parte, embora me não considere um daqueles fervorosos entusiastas, não deixo de sentir alguma apreensão, sobretudo quando da decisão da contenda possa resultar algo de importante.
Era o caso hoje já que estava em causa a liderança do Campeonato.
Por isso mesmo, para colmatar essa apreensão ante o resultado possível, resolvi dar a minha volta de bicicleta habitual (uns 14/15 km) antes da hora do evento/18 horas TMG.
Resolvi também tomar o cafezinho da praxe para descontrair. Como tive companhia, as bicas tomadas foram duas. Deixo os pormenores históricos que constam da coleção 100 EVENTOS MARCANTES DA HISTÓRIA DE PORTUGAL iniciativa dos cafés "Chave d'Ouro" impressos nos pacotes de açúcar que acompanharam os ditos cafés.

1927. Dá-se a Revolução de Fevereiro de 1927. Uma rebelião militar centrada no Porto, cidade onde estava instalado o centro de comando. Foi a primeira tentativa consequente de derrube da Ditadura Militar.

1936. Início da Guerra Civil Espanhola onde Portugal toma várias iniciativas não oficiais de apoio aos "Nacionalistas". Participam 6000 voluntários portugueses, os chamados "Viriatos".


Hoje o céu de Lisboa estava assim: havia sol, céu bem claro, um fresquinho agradável.
Por um lado, tipicamente primaveril pela cor do céu e sol abundante. Por outro, tipicamente outonal pelo aspeto despido das árvores e ar bem fresco.

Desejo uma excelente semana a todos,

António Esperança Pereira

sexta-feira, dezembro 09, 2016

Ronaldo, a fuga ao fisco e Nossa Senhora


Nosso comentário:

Nada melhor que um pouco de humor para assinalar este saboroso fim de semana, para muitos prolongado, devido ao feriado do 8 de Dezembro.
Para quem não sabe e tem a curiosidade de saber, aqui vai o porquê do feriado do 8 de Dezembro e a quem se deve esta benesse para o mundo do trabalho e não só.
Ora bem, o 8 de Dezembro é o dia consagrado à Imaculada Conceição da Virgem Maria.
Quem instituiu a festa da Imaculada Conceição da Imaculada Virgem Maria, foi exatamente o Papa Sisto IV em 1477.
Daí ser feriado em vários países católicos pelo dia da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.

PS. Abaixo a tal pontinha de humor que prometi no primeiro parágrafo do comentário:

Um excelente fim de semana para todos,

António Esperança Pereira



Pode estar explicado o enorme volume dos calções da estátua de Cristiano Ronaldo. Aquilo que parecia ser vaidade do atleta, deverá ser um cofre onde estão escondidos cerca de 100 milhões de euros. Notícias recentes dão conta de uma investigação ao internacional português, sobre um alegado esquema de fuga ao fisco, nomeadamente com os rendimentos da publicidade a voarem para paraísos fiscais. Rapidamente se concluiu que aquilo não é um enorme penis, mas sim um razoável cofre.



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quinta-feira, dezembro 08, 2016

Papa Francisco e o Natal


Nosso comentário:


Partilho este comentário e foto papal de uma rede social que, embora de uma forma curta e simplista insere uma grande verdade: "Ai se este Papa vivesse no tempo da Inquisição já estava reduzido a cinzas.
Concordo!
Em boa verdade se diga que, se este Papa vivesse no tempo da Inquisição "estava feito ao bife" como se costuma dizer.
De afirmação em afirmação, vem surpreendendo, dizendo muita coisa, algumas dessas coisas que diz, bem polémicas. Teria seguramente que rezar a todos os deuses para se safar da fogueira ou coisa parecida. Mesmo assim, duvido que se safasse.
Felizmente estamos no séc. XXI e esses tempos macabros já lá vão.
O Papa Francisco, há que reconhecê-lo, usando de alguma liberdade de expressão hoje existente, tem conquistado novos e numerosos adeptos pela sua ousadia, simplicidade e  frontalidade.
Francisco vem afirmando muito do que pensa e, estou convencido disso, muito mais lhe apeteceria dizer.
Oxalá continue nesse caminho audaz do uso da "PALAVRA".

PS. Em baixo, transcrevo o comentário de uma rede social que originou a minha pequena nota sobre o Papa Francisco. 

"Ai se este Papa vivesse no tempo da Inquisição já estava reduzido a cinzas.
E mesmo agora, ousando afrontar os Torquemadas da era neo-liberal com a frontalidade com que o faz, não sei que destino lhe estará reservado.
Grande Homem!"



Francisco diz que, com o mundo em guerra e muita gente a sofrer, as festividades cheias de luzes e de cor soam a falso.


Fiquem bem

António Esperança Pereira

quarta-feira, dezembro 07, 2016

O Oriente e o ensino do português

Rede de ensino do português na Ásia reunida em Macau para “partilhar experiências”   


Macau, China, 06 dez (Lusa) – O Instituto Português do Oriente (IPOR) vai acolher, na sexta-feira e no sábado, o II Encontro de Pontos de Rede de Ensino de Língua Portuguesa na região do sudeste da Ásia que visa sobretudo a “partilha de experiências”.
“A ideia é poder proporcionar a partilha de experiências profissionais e também as que decorrem de diferentes contextos”, explicou Patrícia Ribeiro, vogal da direção do IPOR, indicando que o encontro apresenta este ano “uma componente mais prática”.
A iniciativa vai fazer convergir no Consulado-Geral de Portugal em Macau 25 docentes, dos quais 10 vem de fora, nomeadamente de universidades de Pequim, Xangai, Banguecoque, Manila, Hanói e Goa, mas o encontro tem “a porta aberta” a todos os interessados, como salientou Patrícia Ribeiro.
Relativamente à primeira edição, realizada em 2015, a novidade passa pela inclusão de docentes que não têm o português como língua materna.
“É um contributo muito importante, que nos permite também perceber a ‘outra parte’, as experiências, as perspetivas e os desafios deles”, realçou.
O encontro de dois dias divide-se em três “oficinas de trabalho”.
Materiais concretos desenvolvidos pelos participantes vão constituir o ponto de partida para a reflexão sobre abordagens metodológicas, seleção e utilização de diferentes suportes, ferramentas e tecnologias, bem como resultados obtidos pelos docentes na sua aplicação, orientando, deste modo, a reflexão para uma componente prática, segundo o IPOR.
DM // MP – Lusa/Fimipor-rede-de-ensino-do-porugues

Fiquem bem

António Esperança Pereira

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...