O Google Portugal homenageia esta quarta-feira o poeta Antero de Quental com um doodle que assinala o 170º aniversário do seu nascimento. Antero de Quental nasceu a 18 de Abril de 1842 em Ponta Delgada, nos Açores.
O poeta foi um dos nomes mais importantes da chamada «Geração de 70», tendo pulicado os seus primeiros sonetos em 1861. Enquanto estudava Direito em Coimbra fundou a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.
Em 1865 publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução.
Em 1866 mudou-se para Lisboa, onde trabalhou como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867.
Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.
Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social.
Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada por muitos a sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas.
Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Distúrbio Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de setembro de 1891, com dois tiros, num banco de jardim de um convento, no Campo de São Francisco Xavier.
Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.
Em 1865 publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução.
Em 1866 mudou-se para Lisboa, onde trabalhou como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867.
Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.
Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social.
Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada por muitos a sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas.
Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Distúrbio Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de setembro de 1891, com dois tiros, num banco de jardim de um convento, no Campo de São Francisco Xavier.
Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.
Na Mão de Deus
Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.
Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depois do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.
Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,
Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!
Antero de Quental, in "Sonetos"
Luta
Dorme a noite encostada nas colinas.
Como um sonho de paz e esquecimento
Desponta a lua. Adormeceu o vento,
Adormeceram vales e campinas...
Mas a mim, cheia de atracções divinas,
Dá-me a noite rebate ao pensamento.
Sinto em volta de mim, tropel nevoento,
Os Destinos e as Almas peregrinas!
Insondável problema!... Apavorado
Recúa o pensamento!... E já prostrado
E estúpido á força de fadiga,
Fito inconsciente as sombras visionárias,
Enquanto pelas praias solitárias
Ecoa, ó mar, a tua voz antiga.
Antero de Quental, in "Sonetos"
O que Diz a Morte
Deixai-os vir a mim, os que lidaram;
Deixai-os vir a mim, os que padecem;
E os que cheios de mágoa e tédio encaram
As próprias obras vãs, de que escarnecem...
Em mim, os Sofrimentos que não saram,
Paixão, Dúvida e Mal, se desvanecem.
As torrentes da Dor, que nunca param,
Como num mar, em mim desaparecem. -
Assim a Morte diz. Verbo velado,
Silencioso intérprete sagrado
Das cousas invisíveis, muda e fria,
É, na sua mudez, mais retumbante
Que o clamoroso mar; mais rutilante,
Na sua noite, do que a luz do dia.
Antero de Quental, in "Sonetos"
------------------------------------------------------------------------------------------
Nosso comentário
Fica bem à Google fazer este tipo de homenagens. Neste caso um ilustre açoreano a quem a vida bafejou com enorme talento.
Conhecemo-lo mais pelos seus inspiradíssimos poemas, designadamente lindíssimos sonetos, mas Antero de Quental foi muito mais que isso.
Marcou e continua a marcar gerações atrás de gerações.
Deixamos acima um resumo da sua vida e obra, associando-nos assim à homenagem que a Google lhe faz no 170º aniversário do seu nascimento que ocorreu a 18 de Abril de 1842, na cidade de Ponta Delgada, Açores.
Os sonetos que deixamos não os escolhemos, foram copiados ao acaso.
Antero de Quental, para além dos seus sonetos, da sua intensa, profunda poesia, tem muito que ler.
Convidamos o leitor a fazê-lo, a descobrir um dos mais marcantes pensadores, filósofos, poetas, da sua geração.
-------------------------------------------------------------------------------------
Fiquem bem,
António Esperança Pereira

http://www.cursos24horas.com.br/parceiro.asp?cod=promocao53361&url=afiliados
http://www.cursos24horas.com.br/parceiro.asp?cod=promocao53361&url=afiliados
Sem comentários:
Enviar um comentário