domingo, novembro 04, 2007

entre dois caminhos

Sinto dentro um amor arrebatador
que não tem correspondência no exterior
vivências passadas
experiências
entalam um aqui e agora consolado

fico entre o dentro e o fora
quando olho para ti

dizem-mo os olhos quando olham
a renúncia quando avanço
a escolha fracassada

sempre a dificuldade
túnel abismo do cimo da ponte
uma vida entre dois caminhos

vou ou fico?
arrisco ou desisto?

a ti que me olhas perplexa
nestes passos inseguros
lentos
como quem tem rotos os sapatos
e sente as agruras do chão
pelos buracos

eu digo

não julgues tal secura de conduta
que me tortura
e se puderes
com tanto peso que transporto
dá-me a tua mão um pouco de água
alivia esta dor com teu abraço

porque posso parecer morto
nos passos pesados de cansaço
no olhar seco de confiança
quando olho para ti

mas eu te digo flor exterior
encantamento
que bem cá dentro
eu ainda não morri

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