Num gesto de amor
Preciso
A terra acolhe a semente
Como mãe que acolhe
Um menino no seu ventre
Agora é dia e anoitece
Logo é noite e arrefece
Dias passam dias vêm
Sol e noite noite e dia
E de dentro da terra a força brota
Quase irrompe
Sente-se a vida em luz
A uns sóis a umas luas
E ali já nenhum sonho ultrapassa o de nascer
Claro que o medo é imenso
Deixar a terra custa
A vida é incógnita aventura
Mas a semente ousa e cresce
Rompe e aparece
O sol a beija e ela gosta
A formiguinha passa qual gigante em cima dela
Esvoaça assustada a joaninha
Sente o primeiro chilrear de um passarinho
Ela pequenina
Tenra ingénua pura
Chora e ri com medo e alegria
À sua volta estende os olhos já consegue ver
E vê que não está sozinha
São muitas as sementes a crescer juntinhas
E a aventura é a mesma para todas
A brisa sopra vem do norte e é fresca
Ela em perninhas de caule flecte e abana
Deixa-se levar à medida que cresce
E porque tem medo toca nas outras
Sempre ondulando tocando
Vai que não vai
Tomba que tomba
Cai que não cai
Dão balalão
Esta é a música que sai
E ganha balanço
Depois confiança
Cresce se cresce
E num verão muito quente
Baloiça não cai
Seara bonita fruto que é grão
Também pão do mundo
Dão balalão
sábado, junho 03, 2006
que medos que inseguranças
Que medos que inseguranças transportamos
Nos caminhos da vida
Que quando podemos
Só queremos mesmo é colinho de crianças
Que mal humorado vai senhor soldado
Tão armado empertigado
Lembra alforge cheio de jumento carregado
Que tomba e sofre e mete pena
Quem lhe fez mal
Quem o fez sentir-se assim tão mal amado
Quem o pousou em ondas de violência
Sem primeiro lhe estender
Uma teta
Uma chucha
Uma mão
Aprendi ainda adolescente
"Quem com ferros mata em ferros morre"
Porquê então matar para morrer
Eu sei que à noite em luar de lua cheia
Na tenda de campanha
Há sonhos de menino
Por cima da metralha
E a boca cerrada
Abre então suavemente
Para misturar o ar e a luz com uma lágrima
Aparece decerto alguém
Um corpo de mulher
Um sítio uma traquinice
E a tua boca humana e singela
Aquece com um beijo escondido
A foto guardada em que resgatas
Uma ternura de anjo
Talvez o pesadelo acabe soldadinho
Há tantos braços lábios
Cidades campos
Jardins regatos fontes
Música sol
E eu companheiro
E nós
sedentos receosos na ausência perigosa
Esperando por ti
Que medos que inseguranças transportamos
E no fundo soldadinho
Só nos falta mesmo
É colinho de crianças
Nos caminhos da vida
Que quando podemos
Só queremos mesmo é colinho de crianças
Que mal humorado vai senhor soldado
Tão armado empertigado
Lembra alforge cheio de jumento carregado
Que tomba e sofre e mete pena
Quem lhe fez mal
Quem o fez sentir-se assim tão mal amado
Quem o pousou em ondas de violência
Sem primeiro lhe estender
Uma teta
Uma chucha
Uma mão
Aprendi ainda adolescente
"Quem com ferros mata em ferros morre"
Porquê então matar para morrer
Eu sei que à noite em luar de lua cheia
Na tenda de campanha
Há sonhos de menino
Por cima da metralha
E a boca cerrada
Abre então suavemente
Para misturar o ar e a luz com uma lágrima
Aparece decerto alguém
Um corpo de mulher
Um sítio uma traquinice
E a tua boca humana e singela
Aquece com um beijo escondido
A foto guardada em que resgatas
Uma ternura de anjo
Talvez o pesadelo acabe soldadinho
Há tantos braços lábios
Cidades campos
Jardins regatos fontes
Música sol
E eu companheiro
E nós
sedentos receosos na ausência perigosa
Esperando por ti
Que medos que inseguranças transportamos
E no fundo soldadinho
Só nos falta mesmo
É colinho de crianças
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