Nosso comentário:

Hoje deixo uma notícia divulgada pela agência Lusa. Notícia aliás bem preocupante, tendo em conta os factos que apresenta no concernente ao estado da educação e sua degeneração a toda a velocidade.
Fala-se muito em favorecimentos de entidades escolares privadas por parte do Ministério da Educação, parece que este Ministério terá de responder em tribunal por isso mesmo.
Por um lado, haverá dinheiro público para dar a privados, ao invés, queixam-se as escolas públicas de redução de orçamentos que lhes tornarão a vida bem dificultada.
Contradições e leituras do atual sistema político que teima em buscar todas as desculpas possíveis e mais algumas à conjuntura difícil que atravessamos, para impor um caminho que arquitetou como sendo o único caminho para os portugueses (repare-se, único, embora vivamos em democracia...)
Enfim, tardam medidas sérias que devolvam a confiança a todos nós, com inovação, com imaginação, com liderança credível, com mais equidade na distribuição dos sacrifícios, com respeito pela Lei Fundamental da Nação.
Insiste-se em cortes e mais cortes pura e simplesmente.
Cortes cegos e sem escrúpulos.
Cortes esses que qualquer merceeiro mediano seria capaz sem esforço de implementar com iguais ou até melhores resultados.
Quanto aos custos com que o faria não tenho dúvidas de que seriam indubitavelmente menores.
Dito isto, deixo-os com os números a que eu chamo de confirmação de uma "marcha à ré", tão do agrado deste executivo. O que é pena!
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
Lusa, terça-feira, 20 de agosto de 2013
"Como a Fenprof sempre afirmou, não há professores a mais nas escolas. O que há, com as atuais políticas de redução e corte cego, é cada vez menos escola", sublinha a FENPROF, em comunicado veiculado após a divulgação de estatísticas do Ministério da Educação e Ciência do ano letivo de 2011/12.
Os números, avançados pelo jornal Público, indicam uma redução de 13.000 alunos comparativamente com o ano letivo anterior, apesar de "se verificar um ligeiro aumento no 3.º ciclo do ensino básico e, sobretudo, no secundário".
"A mais na Educação não estão os professores, mas uma equipa ministerial e um Governo que decidiram destruir a escola pública e o futuro de milhares de crianças e jovens, no quadro da derrocada que estão a tentar provocar a Portugal e à Democracia que Abril recuperou e a Constituição da República consagra", pode ler-se no comunicado.
A Fenprof considerou que "fica provada a fragilidade do argumento" de redução do número de alunos "para justificar a brutal redução do número de professores nas escolas".
"Recorda-se que, de janeiro de 2011 a junho de 2013, o número de professores contratados foi reduzido em mais de 20.000, aposentaram-se cerca de 9.000 professores e o número de professores sinalizados com horário-zero passou dos 13.000 em agosto de 2012 para 18.000 em agosto de 2013", referiu a Fenprof.
Salientou a estrutura sindical que "é fácil compreender que um decréscimo de 20.000 alunos nunca se poderia traduzir numa redução de 47.000 horários de trabalho de professores", pelo que constitui "mais uma trapaceira manipulação estatística" de "mais de dois professores por cada aluno o que significaria, em média, uma relação de um docente por 0,5 aluno.
"Menos 20.000 alunos, ainda que em turmas de 20 alunos – recorda-se que o MEC impôs até 26 e 30 alunos por turma, respetivamente no 1.º ciclo do ensino básico e nos 2.º e 3.º ciclos e secundário – daria uma redução do número de professores na ordem dos 1.000", acentuou a Fenprof.
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