domingo, maio 18, 2008

coitado do vulcão


Coitado do vulcão
adormecido dez mil anos!
tanta barriga cheia de vómitos
diarreias por sair

que raiva que ódio que rancor acumulados
naquele monte estéril esquecido
desistiu seguramente no percurso
meteu para dentro não disse sim ao desabafo
teve medo interiorizou

ao fim de tantos anos foi o que se viu
não aguentou mais um segundo
e foi então que em raiva medo
fúria de tempo perdido
explodiu encosta abaixo

o vulcão agora em agonia chora
chora fogo e não água
mete medo
desconforme encolerizado revoltado
não foi capaz de soltar
em lágrimas normais
a evolução natural da sua índole de vulcão
pela vida fora

agora não aguentou mais
mata incendeia assusta
qual animal feroz
a quem o tempo de clausura
tornou num animal voraz

o mesmo acontecerá a cada um de nós
se em vez de se soltar desabafar
na altura própria
se engolir o grito e se calar a voz

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