
a dois passos de Pinhel cidade tu nascias
num sítio de vinhas sementeiras
roseiras bravas silvas com amoras
veredas campestres
cantares de romarias
muitos prados ao redor de uma ribeira
num casario pequeno
Valbom assim se chamava o casario
tu eras linda
sobretudo o olhar gaiato
que no colégio dava para tirar a vontade de estudar
diria que foste o meu primeiro caso sério
a minha vontade de crescer
a minha ilusão bonita
a minha primeira necessidade de escrever
vê só que foram para ti as minhas primeiras cartas
(três)
e a nenhuma respondeste
ainda bem
não tinha arcaboiço para ti
faltavam-me anos
e acabaste por ficar na minha vida
com um lugar que ninguém tem
um mito
serás seiva e flor
sempre
pedras e rio
sementeira
olhos que me viram
de sacola
que me ensinaram a amar
e a crescer
trabalhavas em Lisboa no mesmo prédio que eu
quando a doença foi mais forte
e te levou
raios
que revolta
que tristeza triste que senti
que impotência e que dor
nasceste assim para eu te ver
viveste
e voltaste mesmo no fim
para que os meus olhos te vissem
desaparecer
se onde estás puderes ler estes versos
(penso que não)
mas se puderes
menina de Valbom
não digas nada
não escrevas
não chores nem me faças chorar
deixa só o teu olhar
num qualquer lugar
a fazer brilhar o meu
num sítio de vinhas sementeiras
roseiras bravas silvas com amoras
veredas campestres
cantares de romarias
muitos prados ao redor de uma ribeira
num casario pequeno
Valbom assim se chamava o casario
tu eras linda
sobretudo o olhar gaiato
que no colégio dava para tirar a vontade de estudar
diria que foste o meu primeiro caso sério
a minha vontade de crescer
a minha ilusão bonita
a minha primeira necessidade de escrever
vê só que foram para ti as minhas primeiras cartas
(três)
e a nenhuma respondeste
ainda bem
não tinha arcaboiço para ti
faltavam-me anos
e acabaste por ficar na minha vida
com um lugar que ninguém tem
um mito
serás seiva e flor
sempre
pedras e rio
sementeira
olhos que me viram
de sacola
que me ensinaram a amar
e a crescer
trabalhavas em Lisboa no mesmo prédio que eu
quando a doença foi mais forte
e te levou
raios
que revolta
que tristeza triste que senti
que impotência e que dor
nasceste assim para eu te ver
viveste
e voltaste mesmo no fim
para que os meus olhos te vissem
desaparecer
se onde estás puderes ler estes versos
(penso que não)
mas se puderes
menina de Valbom
não digas nada
não escrevas
não chores nem me faças chorar
deixa só o teu olhar
num qualquer lugar
a fazer brilhar o meu